O Outono no Hemisfério Sul inicia-se no dia 20 de março de 2019 às 18h58 e termina no dia 21 de junho às 12h54 (horário de Brasília). É uma estação considerada de transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco. Neste período, as chuvas são mais escassas no interior do Brasil, em particular no semiárido nordestino e no norte de Minas Gerais (Figura 1a). Na parte norte das regiões Nordeste e Norte ainda é época de muita chuva, principalmente se houver a persistência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) mais ao sul de sua posição climatológica. Também, caracteriza-se pelas primeiras incursões de massas de ar frio no ano, oriundas do sul do continente, que provocam o declínio das temperaturas do ar, principalmente na Região Sul e parte da Região Sudeste (Figura 1b). Durante esta estação, observam-se as primeiras formações de fenômenos adversos, tais como: nevoeiros nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; geadas nas regiões Sul e Sudeste e no Mato Grosso do Sul; neve nas áreas serranas e nos planaltos da Região Sul; e friagem no sul da Região Norte e nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e até mesmo no sul de Goiás.
Região Norte
A Região Norte apresentou um verão bem chuvoso, principalmente no centronorte e oeste do Amazonas, parte norte do Pará e sul do Amapá. As fortes chuvas foram causadas pela presença de áreas de instabilidade, Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN’s), bem como a configuração da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e a formação da Zona Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Climatologicamente, este período é marcado por chuvas frequentes e intensas, acarretando na subida das águas de rios e igarapés e consequente alagamentos em áreas próximas aos mananciais.
Este período é denominado popularmente por inverno amazônico e estende-se até meados de maio, quando a atividade convectiva migra para o noroeste do Brasil. A previsão para o outono indica que as chuvas deverão permanecer de normal a acima da climatologia em grande parte da Região Norte, exceto em uma pequena porção que abrange o sul de Roraima, noroeste do Pará e nordeste do Amazonas, onde as precipitações ocorrerão ligeiramente abaixo da média climatológica (Figura 3a). As temperaturas deverão ficar dentro da Normal Climatológica a ligeiramente acima da média em toda região (Figura 3b). Entretanto, existe a possibilidade de ocorrência dos primeiros episódios de friagem no sudoeste da Região Norte, devido à entrada de massas de ar de origem polar no Brasil.
Região Nordeste
Durante os primeiros meses do ano de 2019, as chuvas sobre os estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, parte da Paraíba e norte do Maranhão foram acima da média. As chuvas intensas causaram muitos alagamentos e transtornos à população, sendo que em algumas capitais, como São Luís, Fortaleza e João Pessoa, os volumes de chuva em fevereiro ultrapassaram a média entre 100 e 200 mm. A formação de áreas de instabilidade na parte norte da Região Nordeste, foram ocasionadas pela combinação do calor com alta umidade do ar, além da atuação dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN’s) e aproximação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Nas áreas mais afastadas do litoral, houve uma redução da umidade do ar e elevação das temperaturas.
A previsão do modelo estatístico do INMET para o outono indica chuvas de normal a abaixo da média em grande parte da Região Nordeste, sendo que até meados do mês de abril as chuvas devem persistir sobre a parte norte desta área, devido à permanência da ZCIT em sua posição climatológica (Figura 3a). Além disto, a diminuição da temperatura das águas próximas à costa nordestina pode reduzir as chances de chuvas até o final do outono. No leste do Nordeste, normalmente existe um aumento gradativo das chuvas entre as estações de outono e inverno, devido à evolução dos Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL). As temperaturas deverão ficar acima da média em toda região, principalmente no semiárido nordestino (Figura 3b).
Região Centro-Oeste
Durante os meses de verão, as chuvas são mais frequentes na Região CentroOeste do Brasil, devido à presença de sistemas atmosféricos como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Entretanto, os episódios de ZCAS foram mais evidentes nos meses de dezembro/2018 e fevereiro/2019. Diferentemente, durante o mês de janeiro/2019, a situação foi atípica e houve a predominânica de sistemas de bloqueios atmosféricos que ocasionaram déficit de precipitação e elevadas temperaturas. Mesmo com o retorno das chuvas sobre áreas do sul de Goiás e Mato Grosso do Sul no mês de fevereiro/2019, a estação de verão foi marcada por volumes de chuva abaixo da média histórica em grande parte da Região Centro-Oeste.
A previsão para o outono, indica uma probabilidade das chuvas ocorrerem dentro da normalidade a ligeiramente acima da média climatológica em grande parte da região, exceto no noroeste de Goiás, onde existe a possibilidade das chuvas serem mais fracas (Figura 3a). Ressalta-se que, a partir do mês de maio tem-se o início de período seco na parte central do país. As temperaturas deverão ficar acima da média em toda região, principalmente no leste de Mato Grosso e Goiás (Figura 3b). Contudo, não se descarta a possibilidade da ocorrência das primeiras geadas e friagens sobre o Mato Grosso do Sul e sul de Goiás.
Região Sudeste
Assim como na Região Centro-Oeste, não houve a forte predominância da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) durante os meses de verão, porém as condições de fortes instabilidades provocaram volumes de chuva significativos e condições adversas em algumas partes da Região Sudeste. A ocorrência de tempestades (chuvas e ventos fortes que podem ser acompanhadas de granizo) são normais na região durante todo o verão, porém foi observada em maior frequência no mês de fevereiro. Na parte leste do estado de São Paulo, por exemplo, os meses de janeiro e fevereiro foram marcados por volumes de chuvas entre 250 e 320 mm/mês. Segundo os dados do INMET, somente na primeira quinzena de março já foi registrado um acumulado de 184,6 mm na estação meteorológica da capital paulista, sendo que o valor da média corresponde a 215 mm.
Normalmente, existe uma redução das chuvas sobre esta região à medida que se aproxima do outono, dando início ao período seco. A previsão indica que devem permanecer áreas com chuvas dentro da faixa normal ou ligeiramente acima para os próximos três meses (Figura 3a). Espera-se que as massas de ar frio passem com maior frequência pela Região Sudeste somente a partir de maio, porém a previsão é de temperaturas acima da média (Figura 3b).
Região Sul
Na Região Sul, os meses de verão apresentaram chuvas irregulares durante toda a estação. Em dezembro/2018 várias localidades do Paraná sofreram com a falta de chuvas e estiagem, enquanto que nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as chuvas ficaram acima da média. Em janeiro de 2019, os maiores volumes de chuva foram observados na parte sul do Rio Grande do Sul e em algumas localidades choveu mais de 400 mm, quase o triplo da média climatológica para este mês. A passagem de sistemas frontais, bem como a convergência de umidade em baixos níveis favoreceram a ocorrência de chuvas intensas e ventos fortes, entre fevereiro e começo de março, sobre a Região Sul. O prognóstico climático para o outono indica que as chuvas ficarão acima da média em toda Região Sul, principalmente sobre a parte oeste (Figura 3a). É importante destacar que, existe um aquecimento da área oceânica próxima à costa da Argentina e mais acentuada no sudeste do Brasil, que favorece as condições de instabilidade atmosférica e consequente precipitação nesta área. Aliado a esta situação, tem-se o aquecimento do Oceano Pacífico, caracterizando um El Niño de fraca intensidade que pode acentuar as temperaturas na região nos próximos meses, concordando com a previsão de temperaturas acima da média no outono (Figura 3b). Contudo, esta previsão não elimina a possibilidade de ocorrência de geadas, principalmente em áreas serranas, à medida que se aproxima do inverno.
Os meses de verão apresentaram chuvas irregulares durante toda a estação. Em dezembro/2018 várias localidades do Paraná sofreram com a falta de chuvas e estiagem, enquanto que nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as chuvas ficaram acima da média. Em janeiro de 2019, os maiores volumes de chuva foram observados na parte sul do Rio Grande do Sul e em algumas localidades choveu mais de 400 mm, quase o triplo da média climatológica para este mês. A passagem de sistemas frontais, bem como a convergência de umidade em baixos níveis favoreceram a ocorrência de chuvas intensas e ventos fortes, entre fevereiro e começo de março, sobre a Região Sul. O prognóstico climático para o outono indica que as chuvas ficarão acima da média em toda Região Sul, principalmente sobre a parte oeste (Figura 3a). É importante destacar que, existe um aquecimento da área oceânica próxima à costa da Argentina e mais acentuada no sudeste do Brasil, que favorece as condições de instabilidade atmosférica e consequente precipitação nesta área. Aliado a esta situação, tem-se o aquecimento do Oceano Pacífico, caracterizando um El Niño de fraca intensidade que pode acentuar as temperaturas na região nos próximos meses, concordando com a previsão de temperaturas acima da média no outono (Figura 3b). Contudo, esta previsão não elimina a possibilidade de ocorrência de geadas, principalmente em áreas serranas, à medida que se aproxima do inverno.
Para maiores detalhes acesse: http://www.inmet.gov.br/portal Instituto Nacional de Meteorologia Coordenação-Geral de Meteorologia Aplicada, Desenvolvimento e Pesquisa (CGMADP) – Serviço de Pesquisa Aplicada (SEPEA)
O outono (AO 1945: Outono) (do latim autumnus) é a estação do ano que sucede ao verão e antecede o inverno. É caraterizado por queda na temperatura, e pelo amarelar e início da queda das folhas das árvores, que indica a passagem de estações (exceto nas regiões próximas ao equador).
O outono do hemisfério norte é chamado de “outono boreal”, e o do hemisfério sul é chamado de “outono austral”. O “outono boreal” tem início, no hemisfério norte, a 22 ou 23 de setembro e termina a 21 ou 22 de dezembro. O “outono austral” tem início, no hemisfério sul, a 20 de março e termina a 20 ou 21 de junho.
A característica principal do outono é a gradativa redução da luz solar diária ao longo de sua duração. Isso acontece porque o seu início se faz, justamente, no ápice do equinócio, período em que a Terra encontra-se igualmente iluminada, entre o Hemisfério Norte e Sul, pelo sol, por isso há dias e noites com a mesma duração. Nessa época, o fenômeno também é chamado de equinócio de outono, o que também é útil para diferenciar o outro equinócio que marca o início da primavera.
Características do outono
Isso explica também o fato de o outono não apresentar características específicas que se apliquem de forma generalizada, ou seja, de maneira igual em todos os lugares. Mas em uma tentativa de simplificação, podemos dizer que as características do outono são:
- Noites gradativamente mais longas que os dias à medida que a estação avança, pois trata-se de um período de transição entre o equinócio e o solstício de inverno;
- Aumento da incidência de ventos;
- Redução gradativa das temperaturas;
- Maior incidência de nevoeiros pela manhã;
- Diminuição da umidade do ar;
- Em alguns tipos de vegetação, ocorre a queda das folhas para adaptação à mudança de clima e também em razão da diminuição da fotossíntese diante da menor incidência de iluminação solar;
- No Brasil, ocorre uma queda de temperatura nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Nessa última região (e também nas regiões serranas), podem acontecer algumas geadas e, eventualmente, neve.
Do ponto de vista cultural, o outono é tratado como uma estação que inspira beleza, mas também a melancolia e a transição entre um acontecimento e outro, sendo considerado por muitos como um tempo de mudança. Imagens de quedas de folhas e de árvores “nuas” também se vinculam artisticamente a essa estação, embora esse tipo de paisagem não se manifeste exatamente dessa forma em todos os lugares.
*Mapa Mental por Rafaela Sousa, graduada em Geografia