A tempestade que atingiu Moçambique provocou o pior desastre natural a atingir o Hemisfério Sul, disseram representantes da Organização das Nações Unidas (ONU). Mais de 1,7 milhão de pessoas foram afetadas pelo mau tempo no país. O cenário descrito pela ONU é de devastação.
O ciclone Idai, que passou também pelo Malaui e o Zimbabue, deixou pelo menos 222 mortos, segundo balanço provisório divulgados pelos governos nessa segunda-feira. O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou ontem que mais de mil pessoas podem ter morrido.
Além dos efeitos inciais provocados pelo fortes ventos e a chuva, grande região de Moçambique convive agora com inundações.
Lola Castro, do Programa Alimentar Mundial, diz que há áreas em que a água está seis metros acima do nível normal. O Rio Buzi, na província de Sofala, saiu do seu leito, matando dezenas de pessoas. Representantes do programa estão na Cidade da Beira, capital da província de Sofala, distribuindo alimentos em escola da região.
Nos três países mais afetados pelo ciclone, as pontes e as estradas estão destruídas, o que dificulta as operações de socorro. A ajuda humanitária tenta chegar de helicóptero e em botes de borracha.
Em Moçambique, uma área de 100 quilômetros está totalmente inundada.
“Estamos trabalhando com a Nasa, a agência espacial norte-americana, e com a Agência Espacial Europeia para obter informações mais completas sobre as áreas afetadas e o número de pessoas presas lá”, afirmou Carolina Haga, da Federação Internacional da Cruz Vermelha.
Filipe Nyusi pediu à população que mora perto de rios que abandonem a área “para salvar sua vida”.
A União Europeia anunciou hoje um apoio de emergência de 3,5 milhões de euros para ajudar a população africana afetada pelo ciclone – 2 milhões para Moçambique, 1 milhão para o Malaui e 500 mil ao Zimbabue.
Filipe Nyusi, presidente de Moçambique, apelou à população que reside perto dos rios da região para que abandonem a área “para salvar as suas vidas”.
*Com informações da RTP (emissora pública de televisão de Portugal)