Criminal
26 de Junho de 2019 às 13h55
Operação Recomeço: Investimento do Postalis em CCIs do Galileo é foco de nova fase de investigação
Fundo de pensão dos Correios adquiriu cédulas de crédito imobiliário baseada em terreno supervalorizado
Arte: Secom/PGR
A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal cumpriu na manhã desta quarta-feira (26) 11 mandados expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro para busca e apreensão em seis residências e cinco empresas ligadas ao grupo Galileo Educacional e ao fundo de pensão Postalis, dos Correios. A suspeita é de lavagem de dinheiro, gestão temerária e desvio de recursos do Postalis, a partir da emissão de Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) que teve como garantia um terreno sobreavaliado no bairro de Guaratiba, Rio de Janeiro.
A CCI é um título de crédito imobiliário no qual um devedor se compromete a pagar a dívida relacionada ao imóvel a um credor com taxas de juros pré ou pós-fixadas, o que transforma um negócio particular em título negociável. Em 2013, a Galileo SPE, empresa criada para captar fundos para o grupo que geria as universidades Gama Filho e UniverCidade, emitiu cinco CCIs que tinham como garantia o terreno em Guaratiba, de propriedade da Taquara Sociedade Territorial e Construtora. As CCIs, no valor de R$ 47,15 milhões, foram adquiridas pelo fundo Income Value, cujo único cotista era o Postalis. Um ano depois, a empresa Guaratiba Empreendimentos Imobiliários SPE/SA emitiu uma CCI em substituição às cinco anteriores, no valor de R$ 55 milhões. Somados o valor investido e o rendimento que deveria ser obtido, o prejuízo ao Postalis com a transação é de R$ 98 milhões.
As investigações revelaram um esquema complexo que envolvia outros fundos de investimento ligados ao Postalis e várias empresas ligadas a Adenor Gonçalves dos Santos, ex-presidente do Conselho de Administração do Grupo Galileo. O terreno usado como garantia, por exemplo, foi avaliado em 2011 por R$ 5,47 milhões e, em 2013, por R$ 464,29 milhões, valorização de quase 100 vezes em dois anos. Após a transação, foi identificada uma série de pagamentos, no total de R$ 26,26 milhões, a título de consultoria e assessoria jurídica e financeira para empresas vinculadas a Adenor.
Operação Recomeço – Os fatos investigados na operação de hoje seguiram aos apurados na primeira fase da Operação Recomeço, realizada em junho de 2016, e que se debruçou sobre um esquema de emissão de debêntures pelo Grupo Galileu no valor de R$ 100 milhões para recuperar a Universidade Gama Filho, que havia sido recentemente adquirida. O esquema prejudicou os fundos Postalis, dos Correios, e Petros, da Petrobras, que investiram R$ 90 milhões na compra dos papéis.
Assessoria de Comunicação Social
Procuradoria da República no Rio de Janeiro
Tels: (21) 3971-9542 / 9543 / 9547
www.mpf.mp.br/rj
twitter.com/MPF_PRRJ
Relacionadas
Criminal
26 de Junho de 2019 às 13h55
Operação Recomeço: Investimento do Postalis em CCIs do Galileo é foco de nova fase de investigação
Fundo de pensão dos Correios adquiriu cédulas de crédito imobiliário baseada em terreno supervalorizado
Arte: Secom/PGR
A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal cumpriu na manhã desta quarta-feira (26) 11 mandados expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro para busca e apreensão em seis residências e cinco empresas ligadas ao grupo Galileo Educacional e ao fundo de pensão Postalis, dos Correios. A suspeita é de lavagem de dinheiro, gestão temerária e desvio de recursos do Postalis, a partir da emissão de Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) que teve como garantia um terreno sobreavaliado no bairro de Guaratiba, Rio de Janeiro.
A CCI é um título de crédito imobiliário no qual um devedor se compromete a pagar a dívida relacionada ao imóvel a um credor com taxas de juros pré ou pós-fixadas, o que transforma um negócio particular em título negociável. Em 2013, a Galileo SPE, empresa criada para captar fundos para o grupo que geria as universidades Gama Filho e UniverCidade, emitiu cinco CCIs que tinham como garantia o terreno em Guaratiba, de propriedade da Taquara Sociedade Territorial e Construtora. As CCIs, no valor de R$ 47,15 milhões, foram adquiridas pelo fundo Income Value, cujo único cotista era o Postalis. Um ano depois, a empresa Guaratiba Empreendimentos Imobiliários SPE/SA emitiu uma CCI em substituição às cinco anteriores, no valor de R$ 55 milhões. Somados o valor investido e o rendimento que deveria ser obtido, o prejuízo ao Postalis com a transação é de R$ 98 milhões.
As investigações revelaram um esquema complexo que envolvia outros fundos de investimento ligados ao Postalis e várias empresas ligadas a Adenor Gonçalves dos Santos, ex-presidente do Conselho de Administração do Grupo Galileo. O terreno usado como garantia, por exemplo, foi avaliado em 2011 por R$ 5,47 milhões e, em 2013, por R$ 464,29 milhões, valorização de quase 100 vezes em dois anos. Após a transação, foi identificada uma série de pagamentos, no total de R$ 26,26 milhões, a título de consultoria e assessoria jurídica e financeira para empresas vinculadas a Adenor.
Operação Recomeço – Os fatos investigados na operação de hoje seguiram aos apurados na primeira fase da Operação Recomeço, realizada em junho de 2016, e que se debruçou sobre um esquema de emissão de debêntures pelo Grupo Galileu no valor de R$ 100 milhões para recuperar a Universidade Gama Filho, que havia sido recentemente adquirida. O esquema prejudicou os fundos Postalis, dos Correios, e Petros, da Petrobras, que investiram R$ 90 milhões na compra dos papéis.
Assessoria de Comunicação Social
Procuradoria da República no Rio de Janeiro
Tels: (21) 3971-9542 / 9543 / 9547
www.mpf.mp.br/rj
twitter.com/MPF_PRRJ
Relacionadas