Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Rodrigo Maia afirma que há maior participação do governo na reforma da Previdência
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou nesta quarta-feira (22) que um ambiente democrático no País favorece o investimento e que eventuais conflitos entre Poderes podem sinalizar de forma negativa para aqueles que querem investir no Brasil. Maia participou de evento sobre a reforma da Previdência promovido pelo jornal Correio Braziliense.
“A gente sabe o que está acontecendo, mas vemos uma maior participação do governo na reforma da Previdência. Isso vai colocar o trem no trilho em relação ao crescimento e ao fortalecimento das instituições democráticas no Brasil”, disse.
“O Parlamento vai trabalhar sempre na construção de um Estado que garanta independência entre os Poderes e uma estrutura que possa recuperar a capacidade de cuidar das pessoas que mais precisam”, afirmou o presidente.
Temas polêmicos
Maia defendeu o diálogo para que a comissão especial que analisa a reforma encontre o melhor caminho para os temas polêmicos, de forma a garantir a economia prevista de R$ 1 trilhão. Entre os temas polêmicos, Maia destacou que a capitalização pode ser aprovada, desde que sua regulamentação fique para um segundo momento. Segundo ele, a capacidade da base da sociedade em poupar e contribuir para um sistema individual de capitalização é muito pequena.
“Talvez você deixar a capitalização aprovada, com um sistema de repartição, e a regulamentação vir num segundo momento, quando a gente tiver o desemprego caindo, a desigualdade caindo, para ter clareza que a maior parte da sociedade vai poder garantir sua poupança”, explicou Maia.
O presidente também defendeu que os estados e municípios não sejam retirados da reforma. Para ele, não adianta resolver o problema previdenciário da União e deixar a Previdência dos estados com déficit.
“É um sistema único: se a gente não resolver o todo, a gente não resolve o problema previdenciário brasileiro”, ressaltou Maia.
Despesas públicas
Rodrigo Maia voltou a afirmar que a estrutura do Estado brasileiro é responsável por boa parte dos problemas enfrentados no País, e, por essa razão, é importante discutir as despesas públicas obrigatórias. Segundo ele, a reforma da Previdência é o primeiro passo para isso.
“A gente falar de uma economia de R$ 1 trilhão, num momento em que a desigualdade tem crescido, precisa ser muito bem explicado para sociedade. O equilíbrio do sistema previdenciário é decisivo para que, de fato, a gente possa começar a organizar os gastos públicos”, defendeu.
Líder do governo
O presidente da Câmara voltou a afirmar que não houve rompimento com o líder do governo na Câmara, deputado Major Vítor Hugo (PSL-GO), apenas ressaltou que não tem relação pessoal com ele.
“Não posso romper com quem nunca tive relação. Eu falo com ele nas reuniões de líderes, ele participa, não excluo ninguém. Agora, quando eu convido três ou quatro deputados para conversar, ele não faz parte desse meu núcleo de relações”, disse.