No hipismo, a relação mútua de confiança entre o atleta e o cavalo é fundamental. Na Paralimpíada de Tóquio 2020, o adestramento paraequestre será a única disciplina no programa do hipismo, com provas nas categorias prática individual, estilo livre individual e por equipes.
O hipismo paralímpico estreou nos Jogos Paralímpicos de Nova York, em 1984. Em Tóquio, os atletas paralímpicos com deficiência físico-motora ou visual serão divididos em cinco graus denominados por algarismos romanos, de I a V, sendo que o grau IA é para atletas com maior comprometimento físico e o V, com menor comprometimento.
Os graus paralímpicos
Grau I – Cadeirantes com pouco ou nenhum equilíbrio do tronco, ou debilitados nos quatro membros
Grau II – Cadeirantes ou atletas com severa debilitação no tronco ou unilateral
Grau III – Atletas capazes de caminhar sem suporte, com moderada debilitação unilateral; atletas com total perda de visão em ambos os olhos
Grau IV – Atletas com deficiência severa dos membros superiores, deficiência moderada nos quatro membros ou baixa estatura.
Grau V – Comprometimento leve em um ou dois membros. Atletas com deficiência visual leve.
No hipismo paralímpico, a pista recebe algumas adaptações em relação à modalidade convencional. A areia é compactada para facilitar a locomoção e são utilizadas sinalizações sonoras para orientar os competidores cegos. Na prova individual técnica, o conjunto deve apresentar movimentos obrigatórios pré-determinados pelo Comitê Internacional Paraequestre (IPEC). No estilo livre, o atleta e o cavalo são acompanhados por música e o conjunto pode fazer sua apresentação de forma criativa, incorporando os movimentos obrigatórios.
O Brasil já conquistou quatro medalhas paralímpicas no hipismo. Marcos Fernandes Alves, o Joca, levou dois bronze nos Jogos de Pequim 2008, um no estilo livre e outro na prática individual. No Rio de Janeiro, em 2016, Sérgio Oliva ganhou mais dois bronzes: um no adestramento e outro no estilo livre. Sérgio vai voltar a lutar por medalhas em Tóquio.
As provas do hipismo nos Jogos Paralímpicos de Tóquio terá 78 competidores de 27 países e serão realizadas entre 26 e 30 de agosto no Baji Koen Equestrian Park.
Sérgio Oliva e Rodolpho Riskala representam o Brasil
Ganhador de dois bronzes na Paralimpíada do Rio 2016 no grau IA, Sérgio Fróes De Ribeiro Oliva, promete trazer mais conquistas para o hipismo paralímpico brasileiro em Tóquio. O brasiliense começou no hipismo como forma de terapia, pois sofreu paralisia cerebral por falta de oxigenação na incubadora. Deu tão certo que o atleta hoje é destaque mundial na modalidade. Além das medalhas olímpicas, Sérgio já ganhou vários torneios internacionais, foi campeão do mundo em 2007 e venceu os Jogos Parapan-Americanos de Mar del Plata (Argentina) 2003.
O paulistano Rodolpho Riskalla de Grande era cavaleiro do hipismo convencional, com passagens pela seleção brasileira. Em 2015 ele teve meningite bacteriana e precisou amputar parte da mão e das pernas. Dois meses após sua recuperação, ingressou no hipismo paralímpico. A adaptação de Rodolpho foi um sucesso. Entre suas conquistas estão o ouro no individual no Hartpury Festival of Dressage 2019, na Inglaterra, campeão geral do Concurso Internacional Paraequestre de Doha 2019 e prata no individual e estilo livre nos Jogos Equestres Mundiais EUA 2018.
Fontes: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Rede do Esporte – Secretaria Especial do Esporte, Confederação Brasileira de Hipismo (CBH)