No formato de mesa redonda, especialistas discutiram a atuação do Programa no Fórum Nacional de Coordenadores Institucionais do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação (Forparfor Norte) que incluiu na programação o I Seminário do Parfor da Região Norte. O evento ocorreu na última sexta-feira, 24, no Centro de Formação Profissional Pe. José de Anchieta (Cepan), localizado na Avenida Perimental D, 1984, Japiim II.
Com o tema ‘Impactos e perspectivas’, o ForParfor Norte objetivou promover a integração entre o Parfor e as Universidades/Institutos, Secretarias Municipais e Estaduais de Educação dos estados da região Norte e refletir e debater as políticas de formação inicial e continuada de professores(as) da rede pública de Educação Básica nos estados do Norte do país. Na programação, a mesa redonda intitulada “Os 10 anos do Parfor no Norte do Brasil,” contou com a participação das professoras Josenilda Maués e Ana Cássia Ferreira, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Instituto Federal do Pará (IFP), respectivamente, tendo como mediadora, professora Sheila Gordo da UFPA.
Parfor reafirma suas ações
Dando início da mesa redonda, a professora Josenilda Maués parabenizou os coordenadores pela realização do seminário regional, mas, especialmente, a professora Heloísa Borges da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) que esteve na organização do Forparfor. Para ela, o evento é um importante instrumento de educação em razão do momento vivenciado pelo país, quanto à política da educação. Há dez anos à frente do Parfor da UFPA, a professora Josenilda afirmou que há necessidade da reafirmação efetiva do Programa que permitiu a intervenção de uma política pública de responsabilidade do Estado pela formação de professores da Educação Básica. Isso possibilitou a aproximação dessa política de formação ao docente, permitindo assim, a capilarização em mais de 500 municípios brasileiros.
“É um programa gigantesco. E o fato de ter dez anos teve a interseção do governo brasileiro, pois se mostrou como uma política eficaz, efetiva, e que de fato mostrou o encontro do desejo dos professores em exercício na Rede Pública da Educação Básica pela formação em nível superior”, completou a docente.
Ela lembrou aos participantes da mesa redonda que o país está passando por um momento crucial na Educação Brasileira em que forças conluem para o entendimento de que a mesma Educação não é uma atividade do serviço público, mas sua capacidade de operá-la está no setor privado. “Se temos um programa que assume a formação de professores no exercício da Educação Básica é de responsabilidade do Estado Brasileiro. Penso que precisamos investir, defender e continuar a formação de professores”, disse Josenilda Maués.
Ela destaca alguns elementos que sinalizam a importância do Parfor durante esses 10 anos de existência. Um deles, disse a professora que o programa passou de emergencial para permanente, o qual integra a política nacional de formação de professores. Outro elemento de importância foi o reencontro das universidades brasileiras e a realidade no Ensino Básico, pois, segundo ela, a saída do local de trabalho de especialistas na educação para o ambiente escolar foi considerado um aprendizado as universidades que pouco sabem sobre formação de professores que já atuam como profissionais no interior do pai.
Durante a apresentação da professora Ana Cássia Ferreira, do Instituto Federal do Pará (IFP) citou o Decreto n⁰ 6.755, de 2009, que instituiu a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica; que tem a atuação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES no fomento a programas de formação inicial e continuada. A partir daí a professora relata experiências e os desafios na implantação do Programa junto ao IFP. Por outro lado, experiências trazidas pelos professores em formação relatam sobre a necessidade de concluir o ensino superior, assim estavam associadas a historias diversas de luta e determinação, emocionando a coordenação que ficou sensível as flutuações sociais que interem no desenrolar das atividades do programa.
Em seguida, a professora Ana Cássia demonstrou dados específicos do Estado do Pará que evoluiu demonstradas em quadro estatístico considerando a realidade amazônica enfrenta pelos professores que, segundo ela, muitos deles são oriundos de zonas rurais, atuando em péssimas condições de trabalho que se surpreende pela força de vontade de cumprir mais uma etapa de suas vidas. Ela relatou que em muitas casos a instituição assumia o papel social como na acomodação e alimentação de professores que sem condições financeiras não tinham um suporte para dá continuidade para sua formação.
A professora entendeu que só possível o sucesso do Programa a partir da interação entre educando e educadores junto as disciplinas que possibilitou a formação desses profissionais. Ela acredita que isso pode avançar a medida que houver a cumplicidade e o comprometimento de todos os agentes pela melhoria do Programa.