Por ocasião da passagem do Dia Internacional do Jovem Trabalhador, nesta quarta-feira (24), o presidente da Comissão de Assistência Social e Trabalho da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), deputado Dr. Gomes (PRP), afirmou que o maior problema desse segmento da sociedade, hoje, é a falta de políticas públicas para sua inserção no mercado de trabalho.
Segundo Dr. Gomes, o governo, em todos os níveis de poder, tem de voltar os olhos para o jovem trabalhador, que tem plenas condições de colaborar para a economia do País. “O jovem trabalhador tem uma força e está preparado para o mercado de trabalho, mas o que falta é incentivo e motivação por parte do governo”, disse o parlamentar. Ele lembrou que atualmente é grande o número de jovens desempregados, muitos deles detentores de qualificação especializada, aptos para o exercício da profissão.
Gomes criticou a política de estímulo à formação acadêmica de profissionais adotada pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). “Eu acho um absurdo o Governo Federal penalizar o jovem com um financiamento no qual ele vai ter que pagar juros pesados”, declarou o parlamentar. De acordo com o deputado, o custeio da faculdade para essa camada social é um investimento e deveria ser gratuito, “como fez o Japão, a Alemanha e outros países que foram arrasados pela Segunda Guerra Mundial e resolveram investir no saber, principalmente da juventude”.
Ao se dirigir ao jovem, no Dia Internacional do Jovem Trabalhador, o deputado Dr. Gomes ressaltou que ele não só espere políticas dos governos, mas possa procurar o seu caminho. “Não desista, sonhe e busque, sobretudo no momento em que o país vive um caos. O Brasil ainda tem jeito e a solução é a nossa juventude, o jovem trabalhador”, expressou o parlamentar.
Parceria
Ao falar da data comemorativa ao Jovem Trabalhador, o presidente da Comissão de Promoção e Defesa dos Direitos das Crianças, Adolescentes e Jovens da Aleam, deputado Álvaro Campelo (PP), destacou a parceria iniciada pelo órgão do Legislativo Estadual com a Secretaria de Estado do Trabalho (Setrab). Ele informou que esteve reunido, na segunda-feira (22), com a secretária Neila Mária Dantas Azrak, traçando metas com vistas a inserir cada vez mais o jovem no mercado de trabalho.
“Hoje o jovem tem um grande desafio porque ele não tem experiência e, portanto, tem dificuldade em ser inserido no mercado de trabalho. Nós sentamos com a secretária e tratamos desse assunto e, em breve, teremos algumas iniciativas de ordem prática nesse aspecto”, revelou Álvaro Campelo.
Na avaliação do parlamentar, o problema da inserção do jovem no mercado de trabalho é uma realidade não somente do Amazonas, mas do Brasil inteiro. “Temos uma dificuldade enorme de colocar o jovem no mercado de trabalho, seja porque ele carece de formação, seja porque muitas indústrias e o comércio como um todo preferem inserir pessoas que já tenham experiência”, comentou o progressista. Ele lembrou que, diante da realidade vivenciada, fica uma dúvida: “Como é que o jovem vai adquirir experiência se não é dada a primeira oportunidade a ele?”.
No entendimento de Campelo, o que se precisa é conscientizar o empresariado da necessidade de abrir as portas para as pessoas que ainda não tiveram a oportunidade do primeiro emprego. “Se assim o fizerem, certamente estarão contribuindo para que esses jovens adquiram essa experiência e tragam o retorno que eles esperam”, salientou o deputado.
Organização Internacional
O Dia Internacional do Jovem Trabalhador foi criado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). A data é comemorada em todo o mundo para destacar a importância dos jovens profissionais no mercado de trabalho e incentivar a contratação desses trabalhadores que não possuem ampla experiência na profissão, mas que são ávidos pelo conhecimento e sempre estão prontos para contribuir com a empresa apresentando e implementando novas ideias.
Desemprego juvenil
Para ter-se uma ideia da gravidade da situação do jovem trabalhador no Amazonas, dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicavam que, no segundo trimestre do ano passado, a taxa de desemprego da população entre 18 e 24 anos no Estado era de 29,4%, dois pontos a mais que no mesmo período de 2017. Em nível de Brasil, a taxa era de 30,1%, revelando que 6,9 milhões de jovens brasileiros nem trabalhavam e nem estudavam.
Diretoria de Comunicação da Aleam
Texto: Edvanildo Lobo
Foto: Divulgação