O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou nesta semana a visitar áreas de fronteira agrícola nos estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba). Os técnicos, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, verificam os impactos da agropecuária, do plantio de soja, em especial, na Bacia do Rio Grande, afluente do São Francisco.
O levantamento vai testar o marco metodológico das contas ambientais de ecossistema, indicador que deve ser usado no Produto Interno Verde (PIV) – índice internacional das Nações Unidas (ONU) para estimar o impacto no meio ambiente da atividade econômica calculada pelo PIB tradicional. Para definir a metodologia das contas de ecossistema, testes são feitos no Brasil, no México, na Índia, na África do Sul e da China. A Divisão de Estatística da ONU acompanha o trabalho, financiado pela União Europeia.
Na Bacia do Rio Grande, em uma região de 80 mil quilômetros quadrados, o levantamento do IBGE verifica o volume dos rios, regime de chuvas, dados cartográficos e imagens de satélites. A região foi escolhida por ali se observar impactos ambientais do cultivo de soja em larga escala – o grão é usado na ração de animais como frango e boi – e por abranger o bioma Cerrado, o mais desmatado para a produção agrícola, o que traz reflexos na segurança hídrica.
“Vamos usar dados de volume dos rios e das chuvas para analisar quanto de solo está sendo removido ali. Com a remoção da cobertura vegetal original e introdução da soja, que é uma monocultura, a gente tem outra dinâmica de uso do solo”, disse a assistente de projetos internacionais de Geociências do IBGE, Ivone Batista. Ela explicou que na área da bacia é possível isolar informações hídricas e testar o modelo matemático de cálculo.
Além do índice de contas ambientais de ecossistema, devem compor o PIB Verde mais cinco indicadores. São eles: as contas ambientais da água (que o Brasil calculou em 2018), de florestas, que deve ser divulgada ainda em 2019, contas de energia, com previsão de divulgação ano que vem, de biodiversidade, além de contas sobre a cobertura e usos do solo. Os cálculos são feitos em parceria com outros órgãos do Estado como a Agência Nacional de Águas (ANA), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O resultado do projeto no Brasil, para as contas de ecossistema, só deve ser disponibilizado em 2020, no banco de dados do IBGE, e da Divisão de Estatísticas da ONU.
PIB Verde
Em 2017, por lei federal, o IBGE foi designado como o órgão responsável pelas contas do PIB Verde. O indicador vai medir o patrimônio ambiental do país, incluindo florestas, água, energia, extração mineral, entre outras riquezas naturais. Hoje, o PIB elaborado pelo IBGE cacula o crescimento econômico, com base nos dados do setor produtivo.
O método de cálculo está em discussão com a sociedade civil e instituições públicas, mas deve ser compatível com o de outros países, para que possa ser comparado.
Edição: Maria Claudia
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou nesta semana a visitar áreas de fronteira agrícola nos estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba). Os técnicos, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, verificam os impactos da agropecuária, do plantio de soja, em especial, na Bacia do Rio Grande, afluente do São Francisco.
O levantamento vai testar o marco metodológico das contas ambientais de ecossistema, indicador que deve ser usado no Produto Interno Verde (PIV) – índice internacional das Nações Unidas (ONU) para estimar o impacto no meio ambiente da atividade econômica calculada pelo PIB tradicional. Para definir a metodologia das contas de ecossistema, testes são feitos no Brasil, no México, na Índia, na África do Sul e da China. A Divisão de Estatística da ONU acompanha o trabalho, financiado pela União Europeia.
Na Bacia do Rio Grande, em uma região de 80 mil quilômetros quadrados, o levantamento do IBGE verifica o volume dos rios, regime de chuvas, dados cartográficos e imagens de satélites. A região foi escolhida por ali se observar impactos ambientais do cultivo de soja em larga escala – o grão é usado na ração de animais como frango e boi – e por abranger o bioma Cerrado, o mais desmatado para a produção agrícola, o que traz reflexos na segurança hídrica.
“Vamos usar dados de volume dos rios e das chuvas para analisar quanto de solo está sendo removido ali. Com a remoção da cobertura vegetal original e introdução da soja, que é uma monocultura, a gente tem outra dinâmica de uso do solo”, disse a assistente de projetos internacionais de Geociências do IBGE, Ivone Batista. Ela explicou que na área da bacia é possível isolar informações hídricas e testar o modelo matemático de cálculo.
Além do índice de contas ambientais de ecossistema, devem compor o PIB Verde mais cinco indicadores. São eles: as contas ambientais da água (que o Brasil calculou em 2018), de florestas, que deve ser divulgada ainda em 2019, contas de energia, com previsão de divulgação ano que vem, de biodiversidade, além de contas sobre a cobertura e usos do solo. Os cálculos são feitos em parceria com outros órgãos do Estado como a Agência Nacional de Águas (ANA), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O resultado do projeto no Brasil, para as contas de ecossistema, só deve ser disponibilizado em 2020, no banco de dados do IBGE, e da Divisão de Estatísticas da ONU.
PIB Verde
Em 2017, por lei federal, o IBGE foi designado como o órgão responsável pelas contas do PIB Verde. O indicador vai medir o patrimônio ambiental do país, incluindo florestas, água, energia, extração mineral, entre outras riquezas naturais. Hoje, o PIB elaborado pelo IBGE cacula o crescimento econômico, com base nos dados do setor produtivo.
O método de cálculo está em discussão com a sociedade civil e instituições públicas, mas deve ser compatível com o de outros países, para que possa ser comparado.
Edição: Maria Claudia