Mantenedora do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), a Petrobras escolheu a animação brasileira como tema da mostra gratuita que será inaugurada no próximo dia 24 naquele equipamento cultural. A exposição permanecerá aberta ao público até o dia 30 deste mês. Na semana seguinte, entre os dias 6 e 10 de maio, o museu realizará em suas instalações curso também gratuito sobre animação, ministrado pelo conservador-chefe da Cinemateca do museu, Hernani Heffner.
Em entrevista à Agência Brasil, Heffner salientou que a animação não tem uma grande filmografia dentro do cinema brasileiro, embora tenha crescido muito nos últimos anos. Na mostra, estarão em exibição 21 curtas e sete longas, incluindo o filme de Humberto Mauro O Dragãozinho Manso, representativo dos primórdios da animação no país. “É uma mostra muito pequena, mas que a gente acredita seja representativa de uma certa trajetória da animação brasileira, do quanto ela é técnica e artisticamente muito significativa, do quanto ela cresceu nos últimos tempos ao ganhar prêmios internacionais”.
A ideia é frisar que existe uma tradição da animação brasileira e que houve também um crescimento muito grande nos últimos tempos, além de diversificação dessa animação. Hernani Heffner afirmou que nessa diversificação estão as animações para adultos, caso do “Rock e Hudson”, de Otto Guerra, de 1994, por exemplo. O prestígio da animação brasileira se consolidou com a indicação ao Oscar de Animação para “O Menino e O Mundo” e a retrospectiva de sua trajetória no Festival de Annecy, em 2018, indicou Heffner.
O conservador-chefe da Cinemateca do MAM destacou também o aumento da qualidade da animação nacional pela premiação, pela repercussão e impacto, sobretudo nos últimos cinco anos. “E com isso chamar a atenção para a existência desse universo que às vezes tem festivais muito importantes, como o Anima Mundi, mas que eventualmente não se traça um panorama um pouco mais aberto e não se associa a um curso que vai suceder à mostra, já em maio”.
Aspectos técnicos
O curso tem a pretensão de discutir mais aspectos técnicos e conceituais do que seria cinema de animação no Brasil, porque o grande público tem, às vezes, uma referência de animação que não está relacionada à tradição nacional, que não é calcada nos filmes de Walt Disney, nem na Pixair, nem no antigo Leste Europeu, disse Heffner. “Você tem animadores brasileiros que trabalhavam a partir de papel de embrulho, papel de pão. É o caso do Still”, informou, referindo-se a Pedro Ernesto Stilpen, mais conhecido como Still.
O objetivo do curso é tentar discutir o que é a ideia da animação para fugir um pouco de referências mais tradicionais e enraizadas mas que, na verdade, não dão conta de todo o universo da animação que ela pode abarcar. O curso vai abordar a trajetória da animação no Brasil e fazer uma discussão mais conceitual, segundo informou Hernani Heffner. “Tentar alargar a ideia de animação que o público tem na cabeça”. O conservador-chefe da Cinemateca esclareceu que a partir do próprio conceito mais abrangente e geral da animação, o curso permitirá aos participantes a possibilidade de reconhecer outras técnicas, premissas e estéticas desse ramo do cinema.
“E perceber que a animação é um universo tão grande como a possibilidade de utilizar técnicas clássicas ou visuais, sejam ou não oriundas da pintura, sejam aquelas que o próprio cinema pode vir a criar, na medida em que você faz, por exemplo, ‘stop motion’ com uma câmera e não com um desenho. Tem milhões de possibilidades e eu acho que é importante chamar a atenção para isso”. ‘Stop motion’ é uma técnica de animação usada com recursos de uma máquina fotográfica ou de um computador.
O curso Petrobras Traço Animado vai oferecer 180 vagas ao público. As inscrições estão abertas e podem ser feitas no ‘e-mail’ atendimento@mamrio.org.br ou pelo ‘link’ https://forms.gle/FGNRARgS34CDVsWq8, e se encerram no dia 30 de abril. As aulas acontecerão no horário das 14h às 17h, diariamente, e terão os seguintes temas: Animação Brasileira, Uma História Cultural; Fases Históricas e Fontes Artísticas; Técnicas e Estilos; Autoria, Estética, Teoria; Animação Brasileira e Cinema Brasileiro, uma aproximação (ou não?). Segundo Hernani Heffner, acabando a exposição, as pessoas “já podem mergulhar na animação”.
Edição: Valéria Aguiar
Mantenedora do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), a Petrobras escolheu a animação brasileira como tema da mostra gratuita que será inaugurada no próximo dia 24 naquele equipamento cultural. A exposição permanecerá aberta ao público até o dia 30 deste mês. Na semana seguinte, entre os dias 6 e 10 de maio, o museu realizará em suas instalações curso também gratuito sobre animação, ministrado pelo conservador-chefe da Cinemateca do museu, Hernani Heffner.
Em entrevista à Agência Brasil, Heffner salientou que a animação não tem uma grande filmografia dentro do cinema brasileiro, embora tenha crescido muito nos últimos anos. Na mostra, estarão em exibição 21 curtas e sete longas, incluindo o filme de Humberto Mauro O Dragãozinho Manso, representativo dos primórdios da animação no país. “É uma mostra muito pequena, mas que a gente acredita seja representativa de uma certa trajetória da animação brasileira, do quanto ela é técnica e artisticamente muito significativa, do quanto ela cresceu nos últimos tempos ao ganhar prêmios internacionais”.
A ideia é frisar que existe uma tradição da animação brasileira e que houve também um crescimento muito grande nos últimos tempos, além de diversificação dessa animação. Hernani Heffner afirmou que nessa diversificação estão as animações para adultos, caso do “Rock e Hudson”, de Otto Guerra, de 1994, por exemplo. O prestígio da animação brasileira se consolidou com a indicação ao Oscar de Animação para “O Menino e O Mundo” e a retrospectiva de sua trajetória no Festival de Annecy, em 2018, indicou Heffner.
O conservador-chefe da Cinemateca do MAM destacou também o aumento da qualidade da animação nacional pela premiação, pela repercussão e impacto, sobretudo nos últimos cinco anos. “E com isso chamar a atenção para a existência desse universo que às vezes tem festivais muito importantes, como o Anima Mundi, mas que eventualmente não se traça um panorama um pouco mais aberto e não se associa a um curso que vai suceder à mostra, já em maio”.
Aspectos técnicos
O curso tem a pretensão de discutir mais aspectos técnicos e conceituais do que seria cinema de animação no Brasil, porque o grande público tem, às vezes, uma referência de animação que não está relacionada à tradição nacional, que não é calcada nos filmes de Walt Disney, nem na Pixair, nem no antigo Leste Europeu, disse Heffner. “Você tem animadores brasileiros que trabalhavam a partir de papel de embrulho, papel de pão. É o caso do Still”, informou, referindo-se a Pedro Ernesto Stilpen, mais conhecido como Still.
O objetivo do curso é tentar discutir o que é a ideia da animação para fugir um pouco de referências mais tradicionais e enraizadas mas que, na verdade, não dão conta de todo o universo da animação que ela pode abarcar. O curso vai abordar a trajetória da animação no Brasil e fazer uma discussão mais conceitual, segundo informou Hernani Heffner. “Tentar alargar a ideia de animação que o público tem na cabeça”. O conservador-chefe da Cinemateca esclareceu que a partir do próprio conceito mais abrangente e geral da animação, o curso permitirá aos participantes a possibilidade de reconhecer outras técnicas, premissas e estéticas desse ramo do cinema.
“E perceber que a animação é um universo tão grande como a possibilidade de utilizar técnicas clássicas ou visuais, sejam ou não oriundas da pintura, sejam aquelas que o próprio cinema pode vir a criar, na medida em que você faz, por exemplo, ‘stop motion’ com uma câmera e não com um desenho. Tem milhões de possibilidades e eu acho que é importante chamar a atenção para isso”. ‘Stop motion’ é uma técnica de animação usada com recursos de uma máquina fotográfica ou de um computador.
O curso Petrobras Traço Animado vai oferecer 180 vagas ao público. As inscrições estão abertas e podem ser feitas no ‘e-mail’ atendimento@mamrio.org.br ou pelo ‘link’ https://forms.gle/FGNRARgS34CDVsWq8, e se encerram no dia 30 de abril. As aulas acontecerão no horário das 14h às 17h, diariamente, e terão os seguintes temas: Animação Brasileira, Uma História Cultural; Fases Históricas e Fontes Artísticas; Técnicas e Estilos; Autoria, Estética, Teoria; Animação Brasileira e Cinema Brasileiro, uma aproximação (ou não?). Segundo Hernani Heffner, acabando a exposição, as pessoas “já podem mergulhar na animação”.
Edição: Valéria Aguiar