O abuso sexual infantil ainda é um tema complicado e difícil de ser abordado, justamente pelos tabus que o cercam, pelo preconceito e pelo silêncio das vítimas – que nem sempre compreendem exatamente o que está acontecendo com elas – e também das famílias que sentem “vergonha” ou não sabem como lidar com a situação. Esse silêncio que permeia o tema torna difícil ter estatísticas que possam abranger o problema de forma real.Pensando nisso, a vereadora Thaysa Lippy (PP) está propondo um projeto de lei, que inclui “orientação para prevenção ao abuso sexual infantil”, como tema transversal a ser ministrado nas escolas da rede pública municipal de Manaus.
“Vale a pena enfatizarmos o quanto muitas vítimas acabam sofrendo em silêncio, já que o tema ainda é um tabu na nossa sociedade. Levando isso para as escolas, nós podemos quebrar o silêncio e isso pode significar ajudar outras vítimas a terem força de lutar contra seus agressores e de relatar essa realidade”, alega a vereadora.
De acordo com o projeto, caso aprovado, as escolas da rede municipal de ensino serão obrigadas a incluir, nos conteúdos programáticos das disciplinas do ensino fundamental, a serem determinados pelo Conselho Municipal de Educação, a orientação para prevenção ao abuso sexual infantil.
Thaysa Lippy considera que apesar de ser uma causa nobre, nem todo mundo tem ideia do quanto crianças são vitimadas todos os dias e precisam de proteção.
“O tema tratado dentro das escolas é de suma importância para as nossas crianças. E ganha força, ganha mais relevância neste momento, em que a pandemia da dovid-19 nos obriga ao isolamento social, afastando as crianças da escola e outros ambientes em que se sentem seguras para denunciar violências”, justifica.
Em Manaus, mais 130 suspeitos de crimes de abuso sexual praticados contra crianças e adolescentes foram presos, no primeiro bimestre de 2020. Em média, a cada 24 horas, dois acusados pelo crime são identificados e presos pela polícia na capital do Amazonas.
Em 2019, foram 1.007 prisões por crimes como estupro de vulnerável, estupro, assédio sexual e outros delitos contra o público infanto-juvenil.
Texto: Audrey Bezerra – Assessoria de Comunicação da vereadora
Foto: Robervaldo Rocha – Dircom/CMM