O senador Plínio Valério (PSDB-AM) defendeu nesta quarta-feira (13) em Plenário uma redução nos impostos incidentes sobre alimentos. Para ele, o Brasil cobra as maiores taxas e a população mais pobre é a mais penalizada.
O parlamentar mencionou dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), segundo os quais o peso médio dos tributos sobre alimentos no país chega a 22,5%, enquanto o padrão internacional fica em torno de 6,5% no preço final ao consumidor. No caso dos enlatados, chega a 37,5%. Já no caso do arroz e do feijão, os tributos médios ficam em 18%.
— Constate-se este absurdo: o Brasil, com uma imensa produção de alimentos e uma população pobre, cobra da população pobre 22,5%, enquanto a Alemanha fixa imposto médio de 7% sobre a comida, e a França, 5%. Trata-se de um equação simples: menos impostos, como eu defendo, significa mais dinheiro no bolso, significa mais consumo, mais produção e mais emprego.
O senador salientou que parte da população vai ganhar menos do que um salário mínimo de aposentadoria após a reforma da Previdência.
— É o pobre que paga mais. Quem mais sente quando compra alimento é o pobre. O rico vai a 10% do seu salário — e por rico entenda-se de R$ 6 mil em diante — e o pobre chega até 30% do seu salário. E o quadro brasileiro se agrava, porque o sistema tributário é injusto, ele é muito injusto — disse o senador.
Para ele, é preciso diminuir a carga tributária dos alimentos para que os mais pobres não tenham que gastar 30% do salário.
— Só para comer, o trabalhador brasileiro paga 12% de sua renda ao governo. Eu estou falando do trabalhador daqueles de dois salários mínimos ou do salário mínimo para baixo. Quando se verifica o imposto incidente sobre cada produto, constata-se verdadeiros absurdos — afirmou Plínio Valério.