O professor da rede pública do Rio de Janeiro Pedro Mara não será exonerado por ter saído do Rio de Janeiro com receio de um atentado por parte de milicianos. É o que assegurou hoje (17) o secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes.
De acordo com investigações da Polícia Civil, o nome de Pedro Mara foi pesquisado na internet pelo policial militar reformado Ronnie Lessa, preso sob acusação de ser o autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. A revelação veio à tona no dia 14 de março, quando o crime completou um ano. O professor participa de grupos que militam em defesa da educação pública e já integrou sindicatos.
O inquérito da Polícia Civil aponta que as buscas em torno do seu nome ocorreram em um período onde ele teve uma desavença com o então deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL). Em 2017, o parlamentar o acusou de fazer apologia às drogas na escola por ter uma tatuagem com uma folha de maconha.
Medo
Com medo do que pudesse lhe acontecer, o professor, que atua no Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) 210, no município de Belford Roxo, na baixada fluminense, optou por sair do estado. A decisão foi tomada após reunião com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Diante de sua ausência, foi aberta uma sindicância pela Secretaria Estadual de Educação.
“Quando há qualquer profissional com 10 dias de falta, é aberto um processo de abandono, e ele é convidado a dar sua justificativa. Ele já veio e estamos encerrando o processo para ele voltar à escola. Foi perguntado se ele gostaria de mudar de escola, ele disse que não. Então, assim que transitar o processo, ele vai voltar”, explicou o secretário Pedro Fernandes. Segundo ele, a pasta agiu dentro da lei.
Diante do processo, a remuneração de Pedro Mara está suspensa. Em seu apoio, há cerca de duas semanas a OAB, o Sindicato dos Professores e a organização não governamental Justiça Global apresentaram uma notificação à Organização das Nações Unidas (ONU) questionando a falta de proteção a um servidor do estado. Na notificação as entidades colocam dúvidas sobre a existência de uma eventual perseguição diante dos posicionamentos e da militância do professor.
Segurança escolar
As declarações do secretário de Educação foram dadas no lançamento do Programa Estadual de Segurança Escolar. Intitulada Cuidar, a iniciativa pretende dar mais segurança a profissionais e estudantes da rede pública de ensino. O governador Wilson Witzel, também presente na cerimônia, informou que o programa demandará R$ 3 milhões por mês e será custeado pelo estado. Serão mil profissionais da área de segurança atuando nas escolas, mediando, inclusive, conflitos entre professor e aluno.
* Colaborou Tâmara Freire, repórter da Rádio Nacional do Rio de Janeiro
Edição: Fernando Fraga
O professor da rede pública do Rio de Janeiro Pedro Mara não será exonerado por ter saído do Rio de Janeiro com receio de um atentado por parte de milicianos. É o que assegurou hoje (17) o secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes.
De acordo com investigações da Polícia Civil, o nome de Pedro Mara foi pesquisado na internet pelo policial militar reformado Ronnie Lessa, preso sob acusação de ser o autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. A revelação veio à tona no dia 14 de março, quando o crime completou um ano. O professor participa de grupos que militam em defesa da educação pública e já integrou sindicatos.
O inquérito da Polícia Civil aponta que as buscas em torno do seu nome ocorreram em um período onde ele teve uma desavença com o então deputado estadual e hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL). Em 2017, o parlamentar o acusou de fazer apologia às drogas na escola por ter uma tatuagem com uma folha de maconha.
Medo
Com medo do que pudesse lhe acontecer, o professor, que atua no Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) 210, no município de Belford Roxo, na baixada fluminense, optou por sair do estado. A decisão foi tomada após reunião com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Diante de sua ausência, foi aberta uma sindicância pela Secretaria Estadual de Educação.
“Quando há qualquer profissional com 10 dias de falta, é aberto um processo de abandono, e ele é convidado a dar sua justificativa. Ele já veio e estamos encerrando o processo para ele voltar à escola. Foi perguntado se ele gostaria de mudar de escola, ele disse que não. Então, assim que transitar o processo, ele vai voltar”, explicou o secretário Pedro Fernandes. Segundo ele, a pasta agiu dentro da lei.
Diante do processo, a remuneração de Pedro Mara está suspensa. Em seu apoio, há cerca de duas semanas a OAB, o Sindicato dos Professores e a organização não governamental Justiça Global apresentaram uma notificação à Organização das Nações Unidas (ONU) questionando a falta de proteção a um servidor do estado. Na notificação as entidades colocam dúvidas sobre a existência de uma eventual perseguição diante dos posicionamentos e da militância do professor.
Segurança escolar
As declarações do secretário de Educação foram dadas no lançamento do Programa Estadual de Segurança Escolar. Intitulada Cuidar, a iniciativa pretende dar mais segurança a profissionais e estudantes da rede pública de ensino. O governador Wilson Witzel, também presente na cerimônia, informou que o programa demandará R$ 3 milhões por mês e será custeado pelo estado. Serão mil profissionais da área de segurança atuando nas escolas, mediando, inclusive, conflitos entre professor e aluno.
* Colaborou Tâmara Freire, repórter da Rádio Nacional do Rio de Janeiro
Edição: Fernando Fraga