25/06/19 11h35
A proposta escolhida foi do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos
Unesp
O pesquisador Rui Seabra Ferreira Júnior e seu orientando de pós-doutorado, Denis Jeronimo Svicero, do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP) da Unesp, Campus Botucatu, tiveram a pesquisa de desenvolvimento de um gel, a base de fibrina, proteína existente no sangue, associada a células-tronco, que será utilizado para acelerar a cicatrização óssea em tratamento de fraturas, inicialmente em animais de pequeno porte, como cães e gatos, selecionada pelo Emerge Labs para desenvolverem um plano de pesquisa e desenvolvimento, uma estratégia de propriedade intelectual, um plano de negócios, um plano de captação de recursos e um plano go-to-market, ou seja, para qual mercado o produto desenvolvido é mais adequado. Eles também receberão mentoria de profissionais do mercado para cada etapa do trabalho.
O Emerge Labs 2019, realizado em parceria com a Eurofarma (uma das 10 maiores empresas farmacêuticas do Brasil), selecionou 16 projetos, de 70 inscritos de 4 regiões do Brasil. A iniciativa é desenvolvida para cientistas que querem levar as pesquisas que realizam ou tecnologias desenvolvidas em laboratório ao mercado, para gerar impacto social e desenvolvimento econômico.
“A ideia é proporcionar uma profunda experiência na geração de negócios inovadores de base científica. Oportunidade que os pesquisadores terão para entender e aprender sobre as melhores estratégias de propriedade intelectual, planejamento dos próximos passos da tecnologia, testes in vivo, testes clínicos, bem como modelagem de negócio e transferência de tecnologia para alcançar escala industrial. Tudo isso associado à experiência de uma grande empresa, que tem demandas direcionadas e conhecimento das tendências de mercado, permitindo aos participantes tornar os respectivos estudos em produto utilizável pela sociedade”, disse Daniel Pimentel, diretor da Emerge que é uma organização sem fins lucrativos, formada pela união de pessoas que participaram de movimentos universitários ligados ao empreendedorismo e à ciência.
O pesquisador explica que o projeto da Unesp escolhido para o Emerge Lab é fruto da pesquisa que criou uma estrutura tridimensional derivada de células tronco biofabricadas. O CEVAP, por meio da Agência Unesp de Inovação (AUIN), já solicitou ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o licenciamento de patente sobre a bioestrutura criada, cujo Ferreira Júnior é um de seus inventores. Essas estruturas servem para a construção de novos biotecidos que podem ser instalados dentro de um animal, com células programadas para serem absorvidas, de forma mais eficiente e precisa, ao longo de um tempo determinado, durante o tratamento da doença.
“Nosso projeto mostra a capacidade da Unesp de transformar ciência em solução para a sociedade, por meio de desenvolvimento e inovação em nossos laboratórios”, afirmou o professor Ferreira Júnior.
“Também estamos criando uma startup para ser incubada dentro do CEVAP, para finalização do produto, que após o seu registro no Ministério da Agricultura, deve chegar ao mercado pet brasileiro e mundial, em aproximadamente 3 anos”, disse Svicero.
“A seleção do CEVAP pelo Emerge Labs aumenta ainda mais a responsabilidade da Agência Unesp de Inovação de fortalecer os grupos de pesquisa da Universidade empenhados em gerar inovação. A AUIN tem feito um esforço tremendo para apoiar a maior participação possível dos nossos cientistas em programas de aceleração tecnológica do setor produtivo. A escolha da equipe do CEVAP, entre as 16 melhores do Brasil, expõe a força da Unesp no cenário científico nacional”, destacou o diretor da AUIN, professor Vagner Valenti.