Como melhorar o desempenho de alunos em matemática de um jeito gostoso e divertido? Na E.E. Prof. Bueno de Azevedo Filho, em Francisco Morato, a solução foi a caixa de brinquedo de muitos educandos. Por meio de cubos mágicos, os alunos tiveram contato com diversos temas da grade curricular da disciplina e aumentaram diversos índices de rendimento.
Chamado de “Magemática”, o projeto foi elaborado pelo professor Sérgio Moreira. Após receberem o diagnóstico que faltava atividades diferenciadas e motivantes para os alunos, Sérgio teve a ideia de aplicar conteúdos mais avançados estimulando a socialização entre os alunos. “Eles foram desafiados a manusear e praticar combinações para a resolução do cubo, apropriando-se da linguagem específica de Análise Combinatória, como variantes, fatorial, algoritmos, e de outros eixos da Matemática como vértices da geometria”, explica o professor.
O projeto funcionou em três etapas:
- Primeiro, o professor Sérgio dividiu as salas em grupos, que tinham uma pequena aula sobre análise combinatória junto a um cubo mágico
- Depois, o professor mostrava, de grupo em grupo, como o cubo podia ser solucionado por fórmulas
- Após o aprendizado inicial, os grupos se desmanchavam e duplas eram formadas. O aluno mais experiente ensinava o outro iniciante
A ideia fez tanto sucesso que o desempenho na disciplina aumentou já nos primeiros exames. e se expandiu. Ao menos três alunos se tornaram protagonistas do projeto e desenvolvem oficinas no Programa Escola da Família, com membros da comunidade aos fins de semana. “Foi um excelente trabalho e contribuiu muito para o desempenho dos alunos. Deu um ‘up’ no desenvolvimento deles”, comemora a vice-diretoria da unidade, Edilaine Maria Gabaldi.
Um dos pontos altos do projeto foi introduzir um tema de difícil complexidade de uma forma mais diferente. “Foi uma iniciativa brilhante e que proporcionou aos alunos aulas dinâmicas e motivadoras no ensino de Matemática para o Ensino Médio. São aulas assim que despertam nos estudantes a vontade de querer aprender cada vez mais”, comemora Celso Nicoleti, dirigente da Diretoria de Ensino Caieiras.
Além de estimular a socialização, o Projeto Magemática também uniu diversas disciplinas e temas da Base Nacional Comum do Ensino Médio em apenas uma aula. “Propiciamos rotas diferenciadas no processo da aprendizagem, expandindo-as às outras disciplinas como Língua Inglesa (os termos técnicos do cubo mágico são em inglês); em História foi trabalhada a linha do tempo para cronometrar a resolução do cubo mágico e em Física usando os conceitos de velocidade e movimento”, completa Kassia Regina Ribeiro da Rosa, coordenadora daE.E. Prof. Bueno de Azevedo Filho.
O professor Sérgio destaca que a interação foi fundamental para desenvolver a autonomia vista aos sábados e domingos, no Escola da Família. “O projeto trabalha habilidades socioemocionais a todo momento. Temos todo tipo de interação, como aluno-aluno, professor-aluno, alunos-pais e escola-comunidade”, explica.
A boa prática foi escolhida pelos professores para representar a escola na Diretoria de Ensino durante o 1º Simpósio de Práticas do MMR, realizado em dezembro de 2018. Considerado projeto de destaque, o Magemática continua a todo vapor na escola, dessa vez com cubos mágicos mais complexos e profissionais.