O senador Paulo Paim (PT-RS) advertiu nesta sexta-feira (29) que os brasileiros mais jovens serão os mais prejudicados com a reforma da Previdência e pediu um amplo debate sobre as mudanças no setor. A advertência foi feita após registrar, em Plenário, uma mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que demonstra preocupação com a proposta apresentada pelo governo, apesar de reconhecer a necessidade de o sistema previdenciário ser avaliado ou adequado à seguridade social.
Segundo Paim, a CNBB afirma que as mudanças sacrificam os mais pobres e penalizam as mulheres e os trabalhadores rurais, punem as pessoas com deficiência e geram desânimo quanto à seguridade social, sobretudo para os desempregados e as gerações mais jovens.
— Os jovens serão os grandes prejudicados porque, quando entrarem no sistema a partir de agora, não vão ter mais seguridade social, onde está a Previdência. Eles vão ter fundo privado de uma poupança — disse.
O parlamentar fez um apelo para a ampliação do debate sobre a reforma no Congresso, de forma exaustiva, com a participação de cinco pessoas a favor e cinco contrárias, mantendo a tese que defendeu durante debate com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
— Eu quero ser muito equilibrado, para não passar a impressão de que nós estamos contra tudo e contra todos. Não é a nossa posição. Eu percebo que a sociedade brasileira não aceita [a reforma da Previdência]. Como eu disse para o próprio ministro Paulo Guedes, se não negociar, se não parar, se não olhar e se não fizer mudanças, ela não passa, como todos os presidentes no passado tentaram, e nenhum aprovou aqui a proposta de Previdência como tinha vindo à Casa, na forma original — explicou Paulo Paim.