O reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Sylvio Puga, entregou na tarde desta quarta-feira, 29, certificados a alunos que participaram do Projeto Rondon – Operação Parnaíba. A Cerimônia de entrega ocorreu no gabinete do reitor, no prédio da reitoria, localizado no setor Norte do Campus Universitário.
A Operação Parnaíba ocorreu no período de 18 de janeiro a 3 de fevereiro, no município de Castelo do Piauí, no estado do Piauí (PI), que contemplou as seguintes áreas temáticas de extensão: Educação, Direitos Humanos & Justiça, Saúde e Cultura. O Coordenador do Núcleo Rondon/Ufam, professor Rafael Salgado esteve acompanhando o grupo de alunos e também recebeu a certificação juntamente com a professora da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) do curso de Biblioteconomia, Kátia Cavalcante, que também faz parte da Comissão do Núcleo.
Na ocasião, o professor Rafael Salgado assegurou que a partir da formação do grupo integrado por alunos e professores, o Projeto Rondon permitiu com que cada um se conhecesse, pois ele explica que devido os alunos serem provenientes de diferentes cursos de graduação, as relações de amizade se concretizaram e isso facilitou maior integração do grupo. Por outro lado, disse o professor que “o corpo de professores que realizou a capacitação dos alunos também era de áreas diferentes, facilitando assim a formação de uma rede de conhecimento que a cada encontro ia se fortalecendo”, completou Salgado.
O coordenador destacou que a articulação política encontrada junto a comunidade visitada, no município de Castelo do Piauí, surpreendeu a equipe do Projeto Rondon quanto a estrutura da base rural daquele município. “Tivemos que reformular nosso planejamento elaborado para a comunidade que já era articulada politicamente. Após a finalização do projeto e com o retorno para Manaus, foi bacana saber que a comunidade continua replicando em algo que foi trabalhado. Então, a gente acompanha pelas redes sociais, por exemplo, que eles fizeram ações sociais como violência contra a mulher, empoderamento feminino, atividades de dança na praça’ , e também ‘saúde bucal nas escolas”, completou o professor.
Para a professora Kátia Cavalcante, membro da Comissão do Núcleo Rondon da Ufam, o Núcleo se consolidou em março de 2017, mas somente em 2018 realizou sua primeira investida. De acordo com a docente, o Núcleo é composto por representantes das unidades acadêmicas que segunda ela, a participação do professor Rafael só veio somar na atuação do Núcleo na Universidade, resultado de experiências acumuladas que permitiu a inserção da Universidade no Projeto Rondon.
“É uma experiência prazerosa tanto para alunos quanto para professores. A fase de elaboração é trabalhosa, pois tem que fazer o processo de seleção e capacitação, porque os alunos trazem o conhecimento técnico, mas precisam do conhecimento local para que haja inserção no tratar com o social”, declarou Kátia Cavalcante.
A docente relatou que nessa edição participou pela primeira vez, ocorrida na região do semiárido do Piauí, e que vivenciou realidades diversas a partir de necessidades locais que permitiu um aprendizado de conhecimentos que serão agregados na vida acadêmica e pessoal.
Opiniões
A acadêmica do 6⁰ período do curso de Medicina, Bruna Borges Santos, acredita que participar do Projeto muda a perspectiva de trabalhar somente na sua área de conhecimento, o que oportuniza conhecer outras áreas. “Eu sou aluna de Medicina, só vou aprender coisas que envolvem somente minha área? Muito pelo contrário, a gente conheceu diversas áreas de colegas que estudam nos cursos de Odontologia, Química, Engenharia, e acabei aprendendo com todos eles”, disse a discente.
“Ter oportunidade de vivenciar em outras áreas de conhecimento, crescer como acadêmico e mais ainda como pessoa. A partir daí, se entende que o mundo não se resume na sua especialidade. Então, o Projeto Rondon dá essa oportunidade”, completou Bruna Santos.
Everton Ramos de Souza, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Química da Ufam, disse que à época quando foi chamado para participar do Projeto Rondon era aluno finalista do curso de Licenciatura em Química. “É uma experiência única e motiva para que a gente saia da zona de conforto. Saindo da região Amazônica para uma realidade completamente diferente da nossa”, disse o discente.
Para ele, o aprendizado através do Projeto Rondon é de que o conhecimento adquirido deve favorecer a formação acadêmica. “O Projeto Rondon muda completamente a perspectiva de mundo. Todos disseram que voltaram de lá transformados. Existe o entendimento de que por sermos acadêmicos nós deveríamos saber de tudo, mas quando nos deparamos com outra realidade, percebemos que os moradores dessas comunidades tem muito a nos ensinar”, finalizou o pós-graduando.