DANIEL MONTEIRO
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Neste sábado (24/7), e na próxima segunda-feira (26/7), a cidade de São Paulo vai realizar a repescagem da vacinação contra a Covid-19 do público de 30 a 34 anos morador da capital. A lista completa de postos de imunização pode ser encontrada no Vacina Sampa.
Além disso, os munícipes podem acompanhar em tempo real qual o melhor momento para se deslocarem até os postos de vacinação por meio do site “De Olho na Fila”. Na plataforma, é possível monitorar a quantidade de pessoas em cada posto de vacinação e, assim, escolher o melhor horário para se imunizar.
Todas as vacinas disponíveis na capital foram aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Elas são eficazes e seguras contra a Covid-19 e não há necessidade nem possibilidade de escolher um imunizante específico.
Visando garantir as doses à população do município de São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde reforça a obrigatoriedade de o cidadão apresentar no ato da vacinação um comprovante de residência na capital, juntamente com os documentos pessoais, preferencialmente CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) e cartão do SUS (Sistema Único de Saúde).
O comprovante de endereço no município de São Paulo pode ser apresentado de forma física ou digital. Se não houver no próprio nome do munícipe, serão aceitos comprovantes em nome do cônjuge, companheiro, pais e filhos, desde que apresentado também um documento que comprove o parentesco ou estado civil, como RG (Registro Geral), certidão de nascimento, certidão de casamento ou escritura de união estável.
Mais sobre o novo coronavírus 1
Segundo dados mais recentes sobre a pandemia do novo coronavírus publicados pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, nesta sexta-feira (23/7) a capital paulista contabilizava 34.953 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.336.001 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
GRÁFICO
Em relação ao sistema público de saúde da região metropolitana de São Paulo, a atualização mais recente destaca que, nesta sexta (23/7), a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados a pacientes com Covid-19 é de 53,6%.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última quinta (22/7), foi de 38%.
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população
e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Ações e Atitudes
A imunização parece estar avançando em todo o Brasil mais de seis meses depois do início da campanha de vacinação contra a Covid-19, e pessoas na faixa dos 30 anos já começam a receber a primeira dose das vacinas. No entanto, ao correlacionar dados sobre vacinação por idade e bairros da região metropolitana de São Paulo, nota-se que ainda persiste uma grande desigualdade na imunização.
Realizado por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), um estudo mostrou que, na capital paulista, regiões periféricas do extremo Leste (Guaianases, Cidade Tiradentes e Itaim Paulista), da zona Norte (Brasilândia e Vila Medeiros) e da zona Sul (Campo Limpo e Capão Redondo, Capela do Socorro, Grajaú, Parelheiros e Marsilac) tiveram baixo percentual de pessoas vacinadas com a primeira dose entre a população maior de 40 anos.
Os dados de 12 de julho de 2021 mostram que, a despeito de essas pessoas estarem incluídas no calendário de vacinação, o percentual que recebeu a primeira dose do imunizante dentro desse grupo em relação à população total nessa faixa etária variou entre 10 e 50%.
O mesmo foi observado em outras cidades da região metropolitana de São Paulo, como as periferias de São Caetano do Sul, Santo André, São Bernardo e Itapevi. Algumas outras cidades aparecem sem cobertura vacinal, provavelmente pelo atraso no registro e envio dos dados, e não foram consideradas no estudo.
Os responsáveis pelo estudo afirmam que é preciso olhar para os territórios e dar maior atenção para as regiões onde as pessoas não estão se vacinando, independente do motivo: negacionismo, falta de confiança na vacina, porque não podem faltar ao trabalho ou por qualquer outra dificuldade. Eles destacam que o imunizante está disponível e precisa chegar até as pessoas.
Os pesquisadores ressaltam que a criação de desertos vacinais, além de ampliar desigualdades e vulnerabilidades, inviabiliza a campanha como um todo. Eles pontuam que, por isso, o propósito do estudo é indicar a necessidade de que o poder público vá até esses lugares, seja ampliando o horário de atendimento dos postos de vacinação, seja por meio dos agentes comunitários que podem ir até a casa das pessoas, seja criando postos nos pontos de ônibus e nas estações de metrô, uma vez que a política pública, para funcionar, precisa ser territorializada.
O estudo correlacionou informações do DataSUS sobre vacinação, do Cedesp (Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo) para as hospitalizações por Covid-19 e do Censo de 2010 sobre a distribuição etária pelos territórios.
Ao cruzar os dados sobre hospitalizações, mortes e de vacinados por CEP (localidade), a equipe do LabCidade, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, tem realizado, desde o início da pandemia, estudos sobre a desigualdade da vacinação e do impacto da Covid-19 nos territórios da capital paulista.
Desde maio de 2021, a equipe passou a ter acesso aos dados de todo o Estado de São Paulo, o que permitiu ampliar a amostra e realizar o primeiro trabalho sobre a região metropolitana de São Paulo.