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Por Agência Amazonas
A educação especial superando distâncias em tempos de pandemia. FOTOS: Eduardo Cavalcante/Seduc-AMEm um cenário de instabilidades, isolamento social e aulas remotas, surgem inovações. Na semana em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, histórias de educadoras da rede estadual do Amazonas revelam a criatividade para driblar as dificuldades e manter os alunos próximos às escolas, mesmo com a distância de um período atípico, por conta da pandemia.
Uma dessas iniciativas é o premiado projeto “A educação especial superando distâncias em tempos de pandemia”, coordenado pela pedagoga Patrícia Pimentel e as professoras Sônia Libório e Mivone Cunha, que tem o objetivo de desenvolver atividades diferenciadas usando os recursos tecnológicos com o apoio da família.
Desenvolvido para crianças especiais da Escola Estadual (EE) Professor Aristóteles Comte Alencar, o projeto conquistou o segundo lugar no Prêmio Gestão Escolar 2020 e contou com uma rede de apoio familiar para levar aos alunos conteúdos educacionais durante a pandemia de Covid-19, no estado.
“Sabemos o quanto a rotina escolar para alunos com deficiência ou com transtorno do espectro autista é importante. Por isso convidamos os pais para fazer parte desse grupo, criamos atividades, como videoaulas e jogos temáticos, que eram entregues aos responsáveis para auxiliar as crianças na execução das tarefas. Um dos nossos alunos, com grau de autismo de moderado a severo, já reconhece as vogais e o alfabeto e interage com a mãe sobre as atividades. Isso é algo que nos dá prazer e nos faz acreditar ainda mais na educação inclusiva. Percebemos o quanto essas crianças podem crescer ainda mais, se dada a oportunidade”, relata a pedagoga Patrícia Pimentel, ao falar da ação.
Já a professora Larissa Penha, apostou, junto aos seus colegas, no projeto “Fala Aí”, pensado com o objetivo de reinventar a quarentena e debater assuntos relevantes de forma interdisciplinar, por meio de lives com acessibilidade em Libras, depoimentos e posts sobre diversos temas com pessoas convidadas.
Segundo Larissa, que atua na EE Frei Sílvio Vagheggi, a primeira live já causou impacto nos alunos. “Durante as transmissões, eles puderam relacionar assuntos do conteúdo programático, como formação de palavras, eugenia, genética e tantos outros, isso só ao assistir nossa primeira live sobre Racismo no Brasil. Como uma das coordenadoras, acredito que o ‘Fala Aí’ contribuiu de muitas formas, não só para os alunos como para nós, pois aprendemos tanto ao longo da construção de cada tema. Além do mais, algumas de nossas lives foram temas de atividades na sala virtual”, conta.
A docente fala com orgulho da iniciativa e afirma que, apesar do desafio de desenvolver ações virtuais, as edições seguem em 2021. “Sinto que a gente está indo bem, alcançando nosso objetivo, aumentando o espaço de discussão, contribuindo para outro espaço, no caso a internet, com outras variadas discussões riquíssimas sobre os temas escolhidos. Nós gostamos tanto que queremos continuar. Foi muito prazeroso, porque ao mesmo tempo em que o trabalho é grande, ao convidar pessoas, organizar datas, materiais de divulgação e traduzir os vídeos para Libras, temos o prazer em ouvir outras experiências”, explicou.
Literatura e Arte
A educação especial superando distâncias em tempos de pandemia. FOTOS: Eduardo Cavalcante/Seduc-AMAtuando na rede estadual de ensino há cinco anos, a professora Renata Souza utilizou a sua inquietude e a vontade de se movimentar em prol dos alunos para a criação do projeto “Literatura e Arte”, iniciativa que estimula os estudantes a desenvolverem habilidades de escrita, canto, música, teatro e dança, no período de quarentena.
O projeto contou com três edições no ano de 2020 e contribuiu para que os jovens pudessem conhecer mais sobre as produções literárias e artísticas locais, com várias atividades e dinâmicas de discussão e reflexão. Ao fim de cada edição do evento, os participantes apresentaram trabalhos referentes ao entendimento sobre cada tema abordado.
A iniciativa “Literatura e Arte” é realizada via grupos de aplicativos de mensagens, live no Instagram e vídeos publicados no YouTube. Em média, cada edição contou com a participação de 45 alunos das escolas estaduais Júlia Bittencourt e Coronel Pedro Câmara, na zona oeste de Manaus.
“Penso que é papel do educador pesquisar e mostrar novas possibilidades para a aprendizagem dos seus alunos. O ensino através de atividades lúdicas impulsiona a forma pela qual os alunos interagem com a disciplina de Língua Portuguesa. Diante de todo esse cenário que estamos vivendo, sinto-me estimulada como educadora e feliz de poder ajudá-los”, explica a docente.
Ao falar dos desafios das atividades virtuais, a professora destaca a interação dos alunos nas discussões propostas. “A nossa maior dificuldade foi criar uma interação real com os alunos nas discussões síncronas, ao longo do projeto, e capturar a sua atenção durante algumas horas do dia. Procurei apresentar aos estudantes temas atuais e colocar a discussão em pauta a partir de filmes, desenhos, documentários e palestras com convidados especialistas. No fim do dia, os alunos produziram vídeos, desenhos e músicas refletindo o que sentiram ao longo do evento”, pontuou Renata.
Em 2021, a iniciativa deve continuar com mais interatividade e dinâmicas diferentes.