20/05/19 12h43
Alta velocidade e baixa latência são algumas das características da tecnologia que promete impulsionar a produtividade e competitividade da indústria brasileira
FIESP
A quinta geração de tecnologia móvel, conhecida como 5G, está cada vez mais próxima das atividades diárias dos brasileiros. Operadoras e fabricantes de softwares, peças e equipamentos ligados à tecnologia estão trabalhando de forma intensa para que ela esteja disponível para os primeiros dispositivos, no caso, smartphones, ainda em 2019.
Alinhada com o tema que está ganhando as manchetes nos últimos meses, a Fiesp promoveu na quinta-feira (16/5), o workshop Telecomunicações – A corrida pelo 5G no mundo, que recebeu representantes das empresas Huawei, Nokia, Qualcomm, NEC e Ericsson.
O encontro se realizou exatamente um dia após a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) confirmar, em audiência pública na Câmara dos Deputados, que a licitação para a tecnologia 5G vai ocorrer no primeiro trimestre de 2020. Serão licitadas as faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz
Com a alta velocidade e a baixa latência como algumas de suas principais características, o 5G promete impulsionar a transmissão de dados e a comunicação entre diversos dispositivos, tornando o processo mais rápido, inteligente e responsivo. “O grande diferencial do 5G é que ele traz um novo mundo para o setor industrial. Ele facilita os processos econômicos em vários segmentos, como na área automotiva, com carros conectados; na área de saúde, otimizando processos de cirurgia remota, por exemplo; e na cadeia produtiva, com a implantação de novas indústrias com plantas integradas”, aponta o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Huawei, Rubens Mendonça.
A capacidade de transmissão do 5G é aproximadamente cem vezes maior do que a das redes atuais. Com ele, o tráfego de dados deve aumentar em pelo menos sessenta vezes e os resultados poderão ser vistos em diversos segmentos, como explica Helio Oyama, diretor de Gerenciamento de Produtos da Qualcomm, empresa americana dominante na produção mundial de chips de comunicação para smartphones: “Dados apontam que 90% das mortes por acidentes veiculares são causadas pelo comportamento humano. A tecnologia pode ajudar a reduzir este número ao conectar os veículos entre si com baixa latência e alta confiabilidade”, disse.
Em tempos de Indústria 4.0, o 5G também representa aprimoramento de processos e aumento de competitividade, como afirma o diretor de Telecomunicações do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, Carlos Nazareth: “Tudo o que se fala hoje de manufatura avançada e de indústria 4.0 considera as possibilidades tecnológicas que o 5G vai oferecer. Não só a questão de automatização de processos, mas também de atividades. Ele traz um grande potencial para a vida e para todos os segmentos da economia”.
A previsão dos especialistas é de que a tecnologia 5G esteja amplamente implementada até 2025. Para Wilson Cardoso, diretor de Soluções da Nokia para a América Latina, “se a tecnologia for introduzida no país em 2020, com a modernização da indústria, e os investimentos feitos de forma correta até 2025, o impacto no PIB levaria a uma evolução entre $100 e $250 bilhões de dólares”.