A proteção dos museus brasileiros contra incêndios, acidentes elétricos, inundações e acidentes em geral passa por disputas entre legislações estaduais e federais, afirmou hoje (18) o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Pedro Mastrobuono, em entrevista ao programa A Voz do Brasil.
Segundo Mastrobuono, implementar requisitos de segurança, como portas corta-fogo, sprinklers, barras de segurança, sinais luminosos e outros acessórios obrigatórios por normas de Defesa Civil esbarra na proteção de patrimônio de prédios históricos, onde geralmente são abrigados os museus.
“Todos [os museus] estão em edifícios tombados, alguns com séculos de existência. Eles nunca foram projetados para serem museus. Essas idas e vindas são a nossa maior dificuldade”, afirmou.
O presidente do Ibram afirmou que 14 dos 30 museus administrados pelo órgão passam por obras de adaptação e receberão, assim que as melhorias forem concluídas, a certificação de segurança emitida por autoridades do Corpo de Bombeiros dos municípios que abrigam os edifícios.
Mastrobuono afirma, entretanto, que o risco de acidentes em museus é algo inevitável, mesmo com todas as precauções para evitá-los. “Infelizmente, todos os museus correm risco de incêndio. Eles podem ser minimizados, mas todo museu – seja público ou privado – corre riscos”, argumentou.
Sobre a retomada das visitas presenciais, o presidente do Ibram afirmou que os requisitos sanitários são prioridade para o instituto, e que todas as recomendações serão rigorosamente seguidas assim que as obras forem concluídas.
“É preciso respeitar a proteção sanitária. Isso implica tempo de permanência, número máximo de visitantes por metro quadrado e até agendamento prévio de quem pode visitar para que a parte sanitária seja obedecida.”