Uma delegação da Universidade do Minho (UMinho), de Portugal, visitou a Universidade de São Paulo (USP) entre 6 e 8 de maio para participar de uma série de encontros com dirigentes e pesquisadores da Faculdade de Medicina (FM) e da Escola Politécnica (Poli). Os representantes das instituições estudam a criação de um grupo de pesquisa voltado para os estudos na área de bioengenharia e medicina regenerativa.
A comitiva – da qual faziam parte o reitor Rui Vieira de Castro, a presidente do Instituto de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos (I3Bs), Manuela Gomes, e o pesquisador do Instituto, Vitor Correlo – esteve no prédio da reitoria para uma reunião com o reitor da USP, Vahan Agopyan, e os quatro pró-reitores da universidade.
Também estavam presentes o presidente da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani), Raul Machado Neto, o diretor da Faculdade de Medicina, Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho, a diretora da Poli, Liedi Legi Bariani Bernucci, o superintendente de Relações Institucionais, Ignácio Maria Poveda Velasco, e o chefe de Gabinete do Reitor, Gerson Yukio Tomanari.
Cooperação
O presidente da Aucani, Raul Machado Neto, disse que a iniciativa para a formação do novo grupo surgiu após a assinatura de um protocolo de cooperação entre as duas instituições, em dezembro do ano passado.
Na ocasião, Raul Machado Neto visitou o I3Bs e trouxe a proposta de agregar pesquisadores da USP e da UMinho para estimular as pesquisas relacionadas à bioengenharia e medicina regenerativa.
Vale destacar que o instituto reúne uma equipe multidisciplinar de pesquisadores que atua na interface da biotecnologia, biologia, engenharia biomédica e ciência dos materiais e tem como principais áreas de pesquisa a engenharia de tecidos, nanomedicina e isolamento e diferenciação de células-tronco.
O passo seguinte foi se reunir com os diretores da FM e da Poli. Durante dois meses, a Aucani promoveu cinco encontros preparatórios com os diretores e professores das duas unidades para fazer o levantamento dos projetos que já são desenvolvidos na USP e que poderiam integrar a parceria.
Projetos
Além da assinatura do protocolo, em fevereiro deste ano, foi lançado um edital bilateral para o financiamento de projetos conjuntos de pesquisa, que recebeu 39 inscrições. A formalização da parceria deverá ser feita com a assinatura de um acordo entre a USP e a UMinho.
“Temos 416 professores e alunos da USP publicando artigos com 290 professores e alunos da Universidade do Minho”, afirmou o reitor Vahan Agopyan ao Jornal da USP. “Com esse grupo de pesquisa que está se formando, tenho certeza que o número irá duplicar nos próximos cinco anos. Defendo arduamente que as relações internacionais não representam apenas a internacionalização da pesquisa, mas principalmente termos pesquisas com mais qualidade”, acrescentou.
O reitor da UMinho destacou a solidez da parceria com a USP. “Queremos aprofundar esse relacionamento. Nossa expectativa é que, sobre essa base, possa se construir algo mais sólido, promovendo a interface nas áreas de engenharia e medicina”, disse Rui Vieira Castro ao jornal da USP.
De acordo com o diretor da FM, Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho, o incremento das pesquisas é um dos principais benefícios da criação do grupo. “Temos várias iniciativas isoladas sendo desenvolvidas na Medicina e na Poli. Esse modelo institucional impulsionará uma produção científica de maior impacto ao promover as interfaces da engenharia médica reconstrutiva”, salientou.
“Esta é uma grande oportunidade de a Faculdade de Medicina e a Escola Politécnica estarem unidas, com a parceria do UMinho, que tem um grupo internacionalmente reconhecido”, avaliou a diretora da Poli, Liedi Legi Bariani Bernucci, também em entrevista ao Jornal da USP.