A Vale tinha conhecimento de que uma eventual ruptura da Barragem de Brumadinho (MG) lhe daria até um minuto para evacuar instalações administrativas e o refeitório da Mina Córrego do Feijão. É o que assegura Sérgio Pinheiro Freitas, funcionário da Walm Engenharia Tecnologia Ambiental, que prestou serviços para a mineradora. Ele foi ouvido hoje (27) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A Walm Engenharia elaborou o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM), documento obrigatório para qualquer barragem. Ele deve mostrar, entre outras informações, qual seria a mancha de inundação no caso de um rompimento e qual seria a velocidade de deslocamento dos rejeitos.
O plano não avalia risco de rompimento e nem estabilidade da barragem. Ele diz respeito ao que ocorreria após uma ruptura. Deve apontar também rotas de fuga e diretrizes de atuação para mitigação de danos. No caso da estrutura de Brumadinho, a Vale sabia, a partir desse documento, que o refeitório e outras instalações usadas por trabalhadores estavam em um local que seria rapidamente atingido em uma eventual tragédia.
Mais de 200 pessoas morreram na tragédia de Brumadinho, que completou cinco meses nesta semana. Diversas vítimas eram empregados da mineradora e de empresas prestadoras de serviço. A ruptura ocorreu em horário de almoço, às 12h28 do dia 25 de janeiro. Corpos foram encontrados soterrados no local onde funcionava o refeitório. As sirenes não funcionaram e sequer houve alerta sonoro para que as pessoas pudessem tentar se salvar.
De acordo com Sérgio Pinheiro Freitas, a partir dos cálculos apresentados no PAEBM, a mineradora se torna responsável por realizar os simulados e por avaliar se o tempo estimado é plausível para efetuar a evacuação. Também cabe a ela adotar as providências que fossem consideradas importantes. “Um minuto é um tempo extremamente curto. Mas eu não tenho informação do resultado dos simulados para saber se esse tempo seria suficiente ou não”, disse o funcionário da Walm Engenharia.
Refeitório
A Agência Brasil questionou a Vale sobre o porquê de o refeitório não ter sido transferido para outro local. A mineradora respondeu, em nota, que a evacuação da área próxima à barragem teria ocorrido se o rompimento não tivesse se dado de forma abrupta. Segundo a Vale, sem sinais prévios, o acionamento do protocolo ficou impossibilitado.
“O PAEBM considera que, a partir da elevação do nível de risco de uma estrutura, a Zona de Autossalvamento seja evacuada, com acionamento das sirenes. Os planos consideram três níveis de risco, sendo o último deles (Nível 3) o risco iminente ou o rompimento da barragem. Entende-se que, antes de um rompimento, haverá sinais e, portanto, tempo para elevação do nível de alerta e remoção com segurança de todas as pessoas”, disse a mineradora.
CPI
Esta foi a 12ª audiência da CPI. Também depôs Lucas Samuel Santos Brasil, ex-funcionário da Vale que atuou como fiscal do contrato com a Walm Engenharia.
Na segunda-feira (24), foram ouvidos outros dois trabalhadores acerca da ocorrência de detonações planejadas no dia da tragédia. Houve divergência se as explosões foram realizadas pela Vale antes ou depois da ruptura. A Polícia Civil investiga se essas detonações funcionaram como gatilho para o rompimento da barragem.
Saiba mais
Edição: Fernando Fraga
A Vale tinha conhecimento de que uma eventual ruptura da Barragem de Brumadinho (MG) lhe daria até um minuto para evacuar instalações administrativas e o refeitório da Mina Córrego do Feijão. É o que assegura Sérgio Pinheiro Freitas, funcionário da Walm Engenharia Tecnologia Ambiental, que prestou serviços para a mineradora. Ele foi ouvido hoje (27) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A Walm Engenharia elaborou o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM), documento obrigatório para qualquer barragem. Ele deve mostrar, entre outras informações, qual seria a mancha de inundação no caso de um rompimento e qual seria a velocidade de deslocamento dos rejeitos.
O plano não avalia risco de rompimento e nem estabilidade da barragem. Ele diz respeito ao que ocorreria após uma ruptura. Deve apontar também rotas de fuga e diretrizes de atuação para mitigação de danos. No caso da estrutura de Brumadinho, a Vale sabia, a partir desse documento, que o refeitório e outras instalações usadas por trabalhadores estavam em um local que seria rapidamente atingido em uma eventual tragédia.
Mais de 200 pessoas morreram na tragédia de Brumadinho, que completou cinco meses nesta semana. Diversas vítimas eram empregados da mineradora e de empresas prestadoras de serviço. A ruptura ocorreu em horário de almoço, às 12h28 do dia 25 de janeiro. Corpos foram encontrados soterrados no local onde funcionava o refeitório. As sirenes não funcionaram e sequer houve alerta sonoro para que as pessoas pudessem tentar se salvar.
De acordo com Sérgio Pinheiro Freitas, a partir dos cálculos apresentados no PAEBM, a mineradora se torna responsável por realizar os simulados e por avaliar se o tempo estimado é plausível para efetuar a evacuação. Também cabe a ela adotar as providências que fossem consideradas importantes. “Um minuto é um tempo extremamente curto. Mas eu não tenho informação do resultado dos simulados para saber se esse tempo seria suficiente ou não”, disse o funcionário da Walm Engenharia.
Refeitório
A Agência Brasil questionou a Vale sobre o porquê de o refeitório não ter sido transferido para outro local. A mineradora respondeu, em nota, que a evacuação da área próxima à barragem teria ocorrido se o rompimento não tivesse se dado de forma abrupta. Segundo a Vale, sem sinais prévios, o acionamento do protocolo ficou impossibilitado.
“O PAEBM considera que, a partir da elevação do nível de risco de uma estrutura, a Zona de Autossalvamento seja evacuada, com acionamento das sirenes. Os planos consideram três níveis de risco, sendo o último deles (Nível 3) o risco iminente ou o rompimento da barragem. Entende-se que, antes de um rompimento, haverá sinais e, portanto, tempo para elevação do nível de alerta e remoção com segurança de todas as pessoas”, disse a mineradora.
CPI
Esta foi a 12ª audiência da CPI. Também depôs Lucas Samuel Santos Brasil, ex-funcionário da Vale que atuou como fiscal do contrato com a Walm Engenharia.
Na segunda-feira (24), foram ouvidos outros dois trabalhadores acerca da ocorrência de detonações planejadas no dia da tragédia. Houve divergência se as explosões foram realizadas pela Vale antes ou depois da ruptura. A Polícia Civil investiga se essas detonações funcionaram como gatilho para o rompimento da barragem.
Saiba mais
Edição: Fernando Fraga