O senador Weverton (PDT-MA) afirmou nesta quinta-feira (11), em pronunciamento no Plenário, que o presidente da República, Jair Bolsonaro não tem motivos para comemorar os primeiros 100 dias de sua gestão. Segundo ele, isso acontece não por causa da oposição, mas por culpa da própria equipe que montou.
Weverton reconheceu que é o tempo foi curto para exigir avanços em muitas áreas, mas criticou as decisões e os projetos apresentados, como a proposta de reforma da Previdência (PEC) 6/2019, que, entre outras medidas, aumenta de tempo de contribuição para os trabalhadores rurais. O senador lamentou a “obsessão do governo” pela aprovação da matéria, quando o país precisa de outras ações para combater problemas urgentes, como o desemprego.
— É preciso que a equipe política do governo chame a equipe econômica e diga: mais do que superávit, mais do que números, nós temos brasileiros, nós temos pessoas. A assistência social pede socorro, a saúde pede socorro, a educação pede socorro, o Maranhão e o Brasil estão pedindo socorro. Vamos nos unir e ajudar a construir, mas não com palavras ao vento ou com qualquer coisa como o tal do futuro que o Guedes [ministro da Economia] coloca, que a gente não sabe qual é esse futuro real. Nós estamos falando aqui da vida real na prática — disse.
Weverton também acusou o presidente de apresentar iniciativas contraditórias, ao lembrar que o governo que anunciou a criação do 13º salário do programa Bolsa Família é o mesmo que reduziu o valor do reajuste do salário-mínimo no início do ano.
Maranhão
O senador também apelou para que o governo reveja a intenção de retirar o Maranhão do âmbito dos estados que compõem a região do semiárido. Weverton que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reconhece que o estado faz parte da região. E a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) reconhece a inclusão de municípios do Maranhão no semiárido.
— Então, Presidente, equipe política do governo Bolsonaro, não cometam esse erro, esse equívoco de retirar o Maranhão e penalizar o nosso estado por qualquer que seja a discussão política, até porque o palanque já foi desarmado desde o dia 8 de outubro — disse Weverton.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)