sábado, junho 21, 2025
Sem resultados
Visualizar todos os resultados
O Verídico
  • Principal
  • Política
  • Amazonas
  • Brasil
  • Mundo
  • Judiciário
  • Economia
  • Principal
  • Política
  • Amazonas
  • Brasil
  • Mundo
  • Judiciário
  • Economia
Sem resultados
Visualizar todos os resultados
O Verídico
Sem resultados
Visualizar todos os resultados
Inicial Judiciario

Comunicação inclusiva e não-sexista foi tema de conversa promovida pelo MPF

por marceloleite
30 de agosto de 2021
no Judiciario
0
0
Compartilhamentos
10
Visualizações
Share on FacebookShare on Twitter

Direitos do Cidadão

30 de Agosto de 2021 às 17h20

Comunicação inclusiva e não-sexista foi tema de conversa promovida pelo MPF

Nova edição virtual do projeto Lugar(es) de Fala ocorreu na última sexta-feira (27), com transmissão ao vivo pelo YouTube

Tela do aplicativo zoom, com janelas onde aparecem (do topo para baixo, da esquerdo para direita) Regiane Novais, Lisane Berlato, Suzete Bragagnolo, Enrico de Freitas, Telia Negrão, Gabz 404, Antonio Jeferson e Rodrigo Borba.


Imagem: reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) realizou, na última sexta-feira (27), mais uma edição do projeto Lugar(es) de Fala, desta vez para debater o tema Comunicação Inclusiva e Não-Sexista. O evento foi transmitido ao vivo pelo YouTube, e contou com a participação de Telia Negrão, Rodrigo Borba, Antônio Jeferson Barreto Xavier, Michel Kleinschmidt e Gabz 404. A iniciativa, promovida pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RS) e pelo Comitê de Gênero e Raça da Procuradoria da República no RS (PR/RS), também estava integrada à campanha Eu Sou Respeito.

A mediação da conversa ficou a cargo das servidoras do MPF e integrantes do Comitê de Gênero e Raça, Lisane Berlato e Luíza Frozzi. O procurador regional dos Direitos do Cidadão Enrico Rodrigues de Freitas e a procuradora da República e coordenadora do Comitê de Gênero e Raça, Suzete Bragagnolo, fizeram a abertura do evento, que contou com o auxílio das intérpretes de libras Regiane Novais e Flavia Novaes.

O PRDC lembrou que a linguagem é um processo dinâmico e em constante transformação, que reflete os tipos de relações existentes em uma sociedade. “Uma sociedade baseada na figura branca, masculina e heterossexual acaba por impor uma linguagem que reflita esse grupo como padrão universal”, destacou Enrico. Segundo ele, a utilização de uma linguagem inclusiva e não-sexista busca romper de forma consciente com esse padrão de comunicação, “estabelecendo novos processos de comunicação e induzindo a própria transformação das relações, buscando uma sociedade livre de preconceitos e de barreiras”.

Nesse mesmo sentido, a procuradora Suzete Bragagnolo salientou que os valores e as formas de ser e de agir influenciam na nossa comunicação, e vice-versa. “É uma via de mão dupla. E como ainda vivemos em uma sociedade bastante discriminatória, é importante irmos refletindo a respeito da comunicação e da linguagem. Mas sempre de uma forma respeitosa, aceitando eventuais entendimentos diversos e sempre abertos ao diálogo”, afirmou.

O professor e atual coordenador do Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada na UFRJ, Rodrigo Borba, lembrou que propostas de intervenção no sistema da língua como forma de mudar a representação de determinados grupos minorizados na sociedade não são novidade, mas ganharam mais fôlego na década de 1970, a partir de críticas feitas por feministas questionando a invisibilização da mulher no nível da representação linguística.

Segundo Borba, apesar de existir no mundo um movimento de institucionalização de formas de linguagem inclusiva, o Brasil parece caminhar no sentido contrário, com diversas propostas de projetos de lei e decretos tentando proibir o uso da chamada linguagem neutra. “Todos esses projetos compartilham de inconsistências conceituais sobre o que é linguagem neutra, e factuais sobre o funcionamento da língua. São, na verdade, projetos políticos para tentar refrear mudanças recentes no que se refere a questões de gênero e sexualidade”, ponderou. O professor acredita que o discurso de proteger a língua portuguesa seria somente uma desculpa para proibir de se falar de gênero e sexualidade em sala de aula ou em outras instituições.

Para a jornalista e cientista política Telia Negrão, a língua é uma das formas mais sutis de se transmitir discriminações, na medida em que funciona como reflexo de valores e de pensamentos da sociedade que a cria e a utiliza. “Nós vivemos em um mundo formatado para designar quem pode exercer o poder de dar nomes às coisas. A linguagem é uma forma de nomear o mundo, e se nomeia o que existe e o que não existe em função de valores e saberes de uma sociedade”, frisou Telia, que também é pesquisadora associada do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a Mulher e Gênero da UFRGS e integra o Coletivo Feminino Plural, da Rede de Saúde das Mulheres Latino Americanas e do Caribe. “Nós temos mais de 200 dialetos falados no Brasil, e aqui, como em boa parte do mundo, não é só a linguagem que está em transformação permanente, alterando os dicionários. É a vida que está mudando, e ela exige que o idioma mude, que a língua mude, como algo vivo”, concluiu.

“Volta e meia eu ouço de quem resiste à linguagem neutra que é muito difícil, que não fomos educados assim”, declarou o professor e pesquisador Antônio Jeferson Barreto Xavier. De acordo com ele, a alfabetização, em geral, é um processo difícil, e o uso da linguagem neutra não leva ao desuso das flexões de gênero, mas acrescenta outras que escapam do binarismo masculino e feminino. “É uma coexistência sistemática, e demonstra como a língua é viva e pode ser expandida. Não está se negando masculino e feminino, mas há vidas que escapam a esse binarismo”, afirmou Jeferson, que é doutorando em Educação no Programa de Pós-graduação em Educação da UFRGS, na linha de Pesquisa em Educação, Sexualidade e Relações de Gênero.

Autodeclarado multiartista transmasculino não-binário, Gabz404 enfatizou que é necessário pensar na linguagem neutra para além de uma mudança no aspecto estrutural da língua falada e escrita, o que passaria por um maior interesse pelas pessoas. “Saber com quem estamos falando e como a pessoa deseja ser tratada faz parte da linguagem inclusiva”, afirmou. Idealizador e realizador do projeto de ativismo artístico Ser Trans, contemplado pelo edital da campanha Eu Sou Respeito, Gabz404 fez questão de utilizar a linguagem neutra elaboração do projeto, mas acredita que ainda é preciso levar essa linguagem para outros espaços. “As nossas vivências como pessoas trans estão muito entrelaçadas às violências de linguagem que a gente sofre”, ressaltou.

Michel Kleinschmidt, servidor do MPF e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Rio do Sul (SC), disse acreditar que a linguagem utilizada ao nos referirmos às pessoas com deficiência, por vezes, acaba reforçando o capacitismo. Ele destacou que o uso de expressões como “pessoas portadoras de deficiência” ou “com necessidades especiais” devem ser evitadas, assim como a conjunção “mas”. “Ele é cego, MAS mora sozinho. Esse ‘mas’ carrega a ideia de que as pessoas com deficiência seriam incapazes, e seria algo fora do normal vê-las vivendo suas vidas e construindo seus destinos”, explicou Michel, destacando também a importância de recursos como intérpretes de libras e audiodescrição para garantir o acesso das pessoas com deficiência à informação.

A íntegra do evento está disponível aqui.

Projeto Lugar(es) de Fala – Realizado desde 2018, o projeto tem como objetivo promover a abertura de um espaço que possibilite escutas e falas de pessoas engajadas em lutas, movimentos sociais ou causas dos direitos humanos, abordando questões que envolvam principalmente, mas não exclusivamente, reflexões sobre gênero, raça, desigualdade social, e entendendo a arte como uma forma de “fala”.

A edição anterior, realizada no mês de janeiro, em parceria com a Comissão Pró-Equidade de Gênero e Raça da Procuradoria Regional da República da 4ª Região (PRR4), abordou o tema Somos Plurais, em referência ao Dia da Visibilidade Trans.

Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul
Telefone MPF: (51) 3284-7200
Telefones ASCOM: (51) 3284-7200 / 98423 9146
Site: www.mpf.mp.br/rs
E-mail: PRRS-Ascom@mpf.mp.br
Twitter: http://twitter.com/MPF_RS
Facebook: www.facebook.com/MPFnoRS

PUBLICIDADE

Direitos do Cidadão

30 de Agosto de 2021 às 17h20

Comunicação inclusiva e não-sexista foi tema de conversa promovida pelo MPF

Nova edição virtual do projeto Lugar(es) de Fala ocorreu na última sexta-feira (27), com transmissão ao vivo pelo YouTube

Tela do aplicativo zoom, com janelas onde aparecem (do topo para baixo, da esquerdo para direita) Regiane Novais, Lisane Berlato, Suzete Bragagnolo, Enrico de Freitas, Telia Negrão, Gabz 404, Antonio Jeferson e Rodrigo Borba.


Imagem: reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) realizou, na última sexta-feira (27), mais uma edição do projeto Lugar(es) de Fala, desta vez para debater o tema Comunicação Inclusiva e Não-Sexista. O evento foi transmitido ao vivo pelo YouTube, e contou com a participação de Telia Negrão, Rodrigo Borba, Antônio Jeferson Barreto Xavier, Michel Kleinschmidt e Gabz 404. A iniciativa, promovida pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RS) e pelo Comitê de Gênero e Raça da Procuradoria da República no RS (PR/RS), também estava integrada à campanha Eu Sou Respeito.

A mediação da conversa ficou a cargo das servidoras do MPF e integrantes do Comitê de Gênero e Raça, Lisane Berlato e Luíza Frozzi. O procurador regional dos Direitos do Cidadão Enrico Rodrigues de Freitas e a procuradora da República e coordenadora do Comitê de Gênero e Raça, Suzete Bragagnolo, fizeram a abertura do evento, que contou com o auxílio das intérpretes de libras Regiane Novais e Flavia Novaes.

O PRDC lembrou que a linguagem é um processo dinâmico e em constante transformação, que reflete os tipos de relações existentes em uma sociedade. “Uma sociedade baseada na figura branca, masculina e heterossexual acaba por impor uma linguagem que reflita esse grupo como padrão universal”, destacou Enrico. Segundo ele, a utilização de uma linguagem inclusiva e não-sexista busca romper de forma consciente com esse padrão de comunicação, “estabelecendo novos processos de comunicação e induzindo a própria transformação das relações, buscando uma sociedade livre de preconceitos e de barreiras”.

Nesse mesmo sentido, a procuradora Suzete Bragagnolo salientou que os valores e as formas de ser e de agir influenciam na nossa comunicação, e vice-versa. “É uma via de mão dupla. E como ainda vivemos em uma sociedade bastante discriminatória, é importante irmos refletindo a respeito da comunicação e da linguagem. Mas sempre de uma forma respeitosa, aceitando eventuais entendimentos diversos e sempre abertos ao diálogo”, afirmou.

O professor e atual coordenador do Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada na UFRJ, Rodrigo Borba, lembrou que propostas de intervenção no sistema da língua como forma de mudar a representação de determinados grupos minorizados na sociedade não são novidade, mas ganharam mais fôlego na década de 1970, a partir de críticas feitas por feministas questionando a invisibilização da mulher no nível da representação linguística.

Segundo Borba, apesar de existir no mundo um movimento de institucionalização de formas de linguagem inclusiva, o Brasil parece caminhar no sentido contrário, com diversas propostas de projetos de lei e decretos tentando proibir o uso da chamada linguagem neutra. “Todos esses projetos compartilham de inconsistências conceituais sobre o que é linguagem neutra, e factuais sobre o funcionamento da língua. São, na verdade, projetos políticos para tentar refrear mudanças recentes no que se refere a questões de gênero e sexualidade”, ponderou. O professor acredita que o discurso de proteger a língua portuguesa seria somente uma desculpa para proibir de se falar de gênero e sexualidade em sala de aula ou em outras instituições.

Para a jornalista e cientista política Telia Negrão, a língua é uma das formas mais sutis de se transmitir discriminações, na medida em que funciona como reflexo de valores e de pensamentos da sociedade que a cria e a utiliza. “Nós vivemos em um mundo formatado para designar quem pode exercer o poder de dar nomes às coisas. A linguagem é uma forma de nomear o mundo, e se nomeia o que existe e o que não existe em função de valores e saberes de uma sociedade”, frisou Telia, que também é pesquisadora associada do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a Mulher e Gênero da UFRGS e integra o Coletivo Feminino Plural, da Rede de Saúde das Mulheres Latino Americanas e do Caribe. “Nós temos mais de 200 dialetos falados no Brasil, e aqui, como em boa parte do mundo, não é só a linguagem que está em transformação permanente, alterando os dicionários. É a vida que está mudando, e ela exige que o idioma mude, que a língua mude, como algo vivo”, concluiu.

“Volta e meia eu ouço de quem resiste à linguagem neutra que é muito difícil, que não fomos educados assim”, declarou o professor e pesquisador Antônio Jeferson Barreto Xavier. De acordo com ele, a alfabetização, em geral, é um processo difícil, e o uso da linguagem neutra não leva ao desuso das flexões de gênero, mas acrescenta outras que escapam do binarismo masculino e feminino. “É uma coexistência sistemática, e demonstra como a língua é viva e pode ser expandida. Não está se negando masculino e feminino, mas há vidas que escapam a esse binarismo”, afirmou Jeferson, que é doutorando em Educação no Programa de Pós-graduação em Educação da UFRGS, na linha de Pesquisa em Educação, Sexualidade e Relações de Gênero.

Autodeclarado multiartista transmasculino não-binário, Gabz404 enfatizou que é necessário pensar na linguagem neutra para além de uma mudança no aspecto estrutural da língua falada e escrita, o que passaria por um maior interesse pelas pessoas. “Saber com quem estamos falando e como a pessoa deseja ser tratada faz parte da linguagem inclusiva”, afirmou. Idealizador e realizador do projeto de ativismo artístico Ser Trans, contemplado pelo edital da campanha Eu Sou Respeito, Gabz404 fez questão de utilizar a linguagem neutra elaboração do projeto, mas acredita que ainda é preciso levar essa linguagem para outros espaços. “As nossas vivências como pessoas trans estão muito entrelaçadas às violências de linguagem que a gente sofre”, ressaltou.

Michel Kleinschmidt, servidor do MPF e presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Rio do Sul (SC), disse acreditar que a linguagem utilizada ao nos referirmos às pessoas com deficiência, por vezes, acaba reforçando o capacitismo. Ele destacou que o uso de expressões como “pessoas portadoras de deficiência” ou “com necessidades especiais” devem ser evitadas, assim como a conjunção “mas”. “Ele é cego, MAS mora sozinho. Esse ‘mas’ carrega a ideia de que as pessoas com deficiência seriam incapazes, e seria algo fora do normal vê-las vivendo suas vidas e construindo seus destinos”, explicou Michel, destacando também a importância de recursos como intérpretes de libras e audiodescrição para garantir o acesso das pessoas com deficiência à informação.

A íntegra do evento está disponível aqui.

Projeto Lugar(es) de Fala – Realizado desde 2018, o projeto tem como objetivo promover a abertura de um espaço que possibilite escutas e falas de pessoas engajadas em lutas, movimentos sociais ou causas dos direitos humanos, abordando questões que envolvam principalmente, mas não exclusivamente, reflexões sobre gênero, raça, desigualdade social, e entendendo a arte como uma forma de “fala”.

A edição anterior, realizada no mês de janeiro, em parceria com a Comissão Pró-Equidade de Gênero e Raça da Procuradoria Regional da República da 4ª Região (PRR4), abordou o tema Somos Plurais, em referência ao Dia da Visibilidade Trans.

Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul
Telefone MPF: (51) 3284-7200
Telefones ASCOM: (51) 3284-7200 / 98423 9146
Site: www.mpf.mp.br/rs
E-mail: PRRS-Ascom@mpf.mp.br
Twitter: http://twitter.com/MPF_RS
Facebook: www.facebook.com/MPFnoRS

Assuntos: JustiçaMinistério Público Federal
marceloleite

marceloleite

Próxima notícia

PGR designa membros para compor comissão provisória de instalação do Gaeco federal em Mato Grosso do Sul

Recommended

Interessados no curso de Cuidador Comunitário podem se inscrever a partir do dia 20

Interessados no curso de Cuidador Comunitário podem se inscrever a partir do dia 20

6 anos ago

Ferramentas de enfrentamento de notícias falsas são apresentadas em encontro internacional

6 anos ago

Popular News

    Connect with us

    • Principal
    • Política
    • Amazonas
    • Brasil
    • Mundo
    • Judiciário
    • Economia

    Sem resultados
    Visualizar todos os resultados
    • Principal
    • Política
    • Amazonas
    • Brasil
    • Mundo
    • Judiciário
    • Economia