A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo organizou, com Ministério da Saúde e Prefeitura de São Paulo, uma campanha de vacinação contra o sarampo, com a finalidade de vacinar 2,9 milhões de paulistanos. A medida foi definida conjuntamente devido a possibilidade de transmissão do vírus, uma vez que a capital é um grande ponto de chegada e saída de viajantes de todo o mundo.
A campanha ocorrerá entre os dias em 10 de junho e 12 de julho, com um “Dia D” em 29 de junho. O cronograma foi montado com base no fluxo de envio de doses pelo governo federal, que deverá destinar pelo menos 3 milhões de doses à São Paulo, bem como o para organização de fluxos nos postos de saúde.
O público-alvo são jovens e adultos com idade entre 15 e 29 anos, faixa etária considerada mais vulnerável a infecções, tendo em vista a menor procura pela segunda dose da vacina.
“A Secretaria faz monitoramento epidemiológico ininterrupto no Estado quanto a circulação de todas às doenças. Com esta campanha, queremos vacinar e proteger a população, considerando a possibilidade da reintrodução do vírus, como já se verifica em outros locais do país”, afirma o Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann Ferreira.
Ações de bloqueio
Diante de toda notificação de caso suspeito de sarampo, as Prefeituras realizam ações de bloqueio ampliado para contenção de eventuais surtos, com apoio técnico do Centro de Vigilância Epidemiológica estadual e com base em diretrizes do Ministério da Saúde.
A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba e as doses estão disponíveis na rede estadual durante o ano todo na rotina dos postos. O Programa Estadual de Vacinação prevê administração da tríplice viral aos 12 meses, e um reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Há contraindicação para gestantes e imunodeprimidos, como pessoas submetidas a tratamento de leucemia e pacientes oncológicos.
Estratégia similar está em curso na cidade de Santos, desde 18 de fevereiro, quando a Secretaria e a Prefeitura desencadearam ações de vacinação contra sarampo no município, outro ponto estratégico de entradas e saídas do país devido ao Porto, o maior da América Latina.
A estratégia foi montada após a notificação de casos no navio de cruzeiro Seaview, da MSC, na costa brasileira. A campanha em curso na Baixada Santista visa a imunização de 91 mil jovens e adultos de 15 a 29 anos. Desse total, 50 mil pessoas foram vacinadas, até o momento.
“A vacina é segura e feita com vírus vivo atenuado. Além dessa ação de imunização, todas as pessoas serão orientadas a procurar o serviço de saúde mais próximo em eventual mal estar ou início de sintomas, que podem incluir febre, mal estar, manchas vermelhas na pele sem coceira, entre outros”, explica a diretora de Imunização da Secretaria, Helena Sato.
Meta
No ano passado, o Estado de São Paulo ultrapassou a meta de vacinar 95% das crianças contra sarampo na campanha de imunização de 2018. Foram vacinadas mais de 2,1 milhão de menores na faixa de 1 a menores de 5 anos, o que corresponde a 97% do público-alvo. Na capital, a cobertura foi de 95,9% na campanha, e de 109,2% em Santos.
Atualmente, o Estado registra 27 casos de sarampo confirmados pela Fiocruz. Destes, 26 estão relacionados à importação do vírus com comprovação de genótipos de Europa/Índia, Manaus, Israel, Noruega, por exemplo.
Há ainda um caso notificado na capital que está em investigação por meio de estudo específico sobre a “história” de construção e evolução desse vírus, denominado filogenética. Paralelamente, ocorre também a investigação epidemiológica do caso, ou seja, um levantamento de eventuais viagens e contatos que a pessoa possa ter tido com uma pessoa infectada.
“A circulação endêmica da doença foi interrompida no Estado no ano 2000. Casos esporádicos ocorreram eventualmente desde então, relacionados à importação do vírus de várias regiões do mundo onde ainda o controle da doença não foi atingido. Em 2018, por exemplo, São Paulo registrou três casos confirmados, sendo um importado da Ásia Ocidental e outros dois do Estado do Amazonas”, explica a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica, Regiane de Paula.