A Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) realizou, nesta segunda-feira (18), uma Audiência Pública para tratar da qualidade e o abastecimento de água no Amazonas, por solicitação do deputado Sinésio Campos (PT). Autoridades e estudiosos discutiram a fiscalização do serviço pelos gestores municipais, desperdício, poços artesianos e dívidas milionárias de usuários da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), que atua em apenas 12 municípios do interior do Estado
De acordo com Sinésio Campos, presidente da Comissão de Geodiversidade, Recuros Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento, a
Audiência Pública foi muito proveitosa. “Todos os principais entes ligados ao abastecimento de água de Manaus e dos municípios esteve presente e todos se posicionaram. As informações, que muitas vezes estavam nas gavetas dos órgãos, foram compartilhadas. Entendo que o início da Semana da Água foi extremamente importante. Água para todos é o nosso objetivo. Não podemos aceitar, de forma pacífica, que um Estado como o nosso, com a maior bacia hidrográfica do mundo, as pessoas sofram com a falta de água tratada e quando a têm é de péssima qualidade”, declarou Sinésio.
De acordo com o engenheiro Sergio Elias, representante da prefeitura de Manaus, 74% do valor que a empresa de água recebe vem dos mais pobres e por isso a tarifa poderia até ser reduzida. “Quem paga as contas são os pequenos consumidores”, garante. Durante a Audiência, foram apresentados estudos sobre a qualidade da água de rios e igarapés das regiões do Amazonas, além de cuidados com a captação da água de poços artesianos. Em todos os casos, ficou o alerta de que a água, para o consumo humano, precisa ser tratada e para isso é necessário muito investimento.
O diretor da Cosama, Armando Silva do Valle, revelou a existência de dívidas em todos os municípios em que a empresa atua e anunciou um mutirão para negociação com os usuários. “Nossos clientes não pagam. Um exemplo é Carauari, com uma dívida de quase 4 milhões de reais. Mas estamos com uma ação de cobrança para buscar, pelo menos, uma solução em termos de negociação desses débitos. Caso não aconteça, vamos mandar (os nomes) para o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)”, afirmou, explicando que a taxa de água é de apenas R$ 7,50.
Participaram da Audiência representantes de entidades como Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Instituto de Defesa do Consumidor (Procon), Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).