A pandemia de covid-19 representou um problema adicional para as populações mais vulneráveis no Brasil, como comunidades impactadas pela violência armada, migrantes, famílias de desaparecidos e privados de liberdade.
Segundo dados da Universidade de São Paulo (USP), o país registrou alta de 5% nos assassinatos em 2020, na comparação com 2019, após dois anos seguidos de queda. Os casos de policiais que morreram em serviço ou fora dele apresentaram alta nos primeiros seis meses do ano passado. Foram 103 policiais mortos, contra 83 em 2019 – um aumento de 24%. Também no primeiro semestre de 2020 foram registradas mortes de 3.150 pessoas por policiais no Brasil. O número é 7% mais alto que o registrado no mesmo período de 2019.
O desafio de como enfrentar a violência no contexto de pandemia foi identificado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha no Brasil e países do Cone Sul em seu Balanço Humanitário 2020, lançado nesta terça-feira (9) às vésperas de a declaração da pandemia de covid-19 completar um ano. A chefe da delegação da Cruz Vermelha Internacional no Brasil, Simone Casabianca, destaca que a pandemia afeta de forma mais grave as populações vulneráveis.
Outra preocupação apontada pela Cruz Vermelha Internacional durante a pandemia foi com a vulnerabilidade de pessoas presas. Os dados da instituição apontam que a covid-19 foi confirmada em 24.750 pessoas detidas no Brasil. Foram 110 os detentos que morreram pela doença em 2020. Entre os agentes penitenciários, a doença atingiu mais de 9,3 mil pessoas e matou 82.
Uma das iniciativas da Cruz Vermelha nesse período foi chamada de Acesso Mais Seguro (AMS). A Cruz Vermelha no Brasil disponibilizou para o trabalho de seus agentes e também de comunidades vulneráveis quase 5 mil litros de álcool gel e 218 mil equipamentos de proteção individual (EPIs), incluindo 43 mil máscaras triplas.
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