Apesar do aumento do número de empresas e de pessoal ocupado em 2019, o país registrou queda de 3,5% no salário médio mensal que foi de R$ 2.975,74, ante R$ 3.085,21 no ano anterior. Em 2019, o número de empresas e outras organizações formais no país atingiu 5,2 milhões com 53,2 milhões de pessoal ocupado no total.
Os dados constam do Cadastro Central de Empresas (Cempre) 2019 divulgado hoje (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento abrange órgãos da administração pública, entidades empresariais e sem fins lucrativos e organizações internacionais.
Na comparação com 2018, observou-se aumento de 301 mil empresas e outras organizações, uma variação 6,1%. O pessoal assalariado cresceu 1,7%, o equivalente a 758,6 mil pessoas. O número de sócios e proprietários aumentou 3,6% (ou 244,1 mil pessoas). Por outro lado, o total de salários e outras remunerações caiu 0,7%, em termos reais.
Segundo o gerente da pesquisa, Thiego Ferreira, esse comportamento de queda do salário ainda no período pré-pandemia de covid-19 pode ser explicado pela combinação de alguns fatores como a aceleração inflacionária, a taxa de desemprego elevada, a mudança na composição do pessoal assalariado, com a reposição por uma mão de obra mais barata e a criação de vagas com remuneração mais baixa. Essa queda salarial também pode ser explicada pelo aumento da automação e da informatização da economia.
De acordo com o levantamento, 55,2% do pessoal ocupado assalariado eram homens e 44,8%, mulheres. Os homens receberam um salário mensal médio (R$ 3.188,03) 17,5% superior ao das mulheres (R$ 2.713,92).
As entidades empresariais eram 90,6% das organizações ativas, ocupando 71,6% dos assalariados e pagando 60,8% dos salários e remunerações. Já a administração pública respondeu por 0,4% das empresas e outras organizações, 21,4% dos assalariados e 32,5% dos salários e remunerações.
Atividades econômicas
Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas registraram 21,3% do pessoal ocupado total, 19,3% dos assalariados e 34,2% do número de empresas.
Administração pública, defesa e seguridade social ficaram na segunda colocação em pessoal assalariado (16,8%) e a primeira colocação em salários e outras remunerações (25%).
O setor de indústrias de transformação ficou com a segunda colocação em salários e outras remunerações (16,3%) e na terceira posição em número de empresas (7,5%) e em pessoal ocupado assalariado (15,9%).
As atividades administrativas e serviços tiveram o maior aumento proporcional de assalariados (11,3%) enquanto o setor de educação teve a maior perda (1,2%).
Os setores com os maiores salários médios mensais foram da área de eletricidade e gás, com R$ 7.186,14 e atividades financeiras e seguro, como R$ 5.941,42. Na outra ponta, com média salarial abaixo de R$ 2 mil estão agricultura, pecuária, comércio, reparação de veículos, atividades administrativas, alojamento e alimentação.
Pela primeira vez, o Cempre traz informações sobre empresas que participam do comércio exterior. Em 2019, as empresas exportadoras representaram 0,4% das organizações ativas, que ocuparam 5 milhões de assalariados (10,8% do total de assalariados). Já as importadoras eram 0,7% das organizações, que ocuparam 8,3 milhões de assalariados (17,8% do total).
Nas organizações exportadoras, a remuneração era 41% acima da média nacional e nas importadoras, 47%. Quase todas as exportadoras eram da indústria (62,5%) e do comércio (30,1%).
Esta edição do Cempre incorporou informações provenientes do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, o eSocial, que está substituindo gradativamente a Relação Anual de Informações Sociais. A partir desta edição, foram realizados ajustes metodológicos para a seleção das unidades ativas.
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