KAMILA MARINHO
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O Governo de São Paulo apresentou nesta quarta-feira (1/9), durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o calendário de aplicação da dose adicional de vacinas contra Covid-19 em idosos e adultos imunossuprimidos. A imunização começa na próxima segunda-feira (6/9). Ao todo, 7,2 milhões de pessoas poderão ter a dose de reforço no decorrer da campanha, sendo 1 milhão destes alcançados já nesta primeira fase que vai até 10 de outubro.
Esta primeira fase, que começa no dia 6/9, é focada na imunização de quem tem 60 anos ou mais e que tomou a segunda dose há mais de seis meses, ou seja, em fevereiro e março. Além disso, serão imunizados imunossuprimidos, a partir de 18 anos. Os dois públicos desta fase somam 1 milhão de pessoas.
Os grupos serão escalonados por faixas etárias e priorização dos mais velhos. Neste mês de setembro, entre os dias 6 e 12, receberão a dose adicional quem tem 90 anos ou mais, totalizando 148,7 mil pessoas. Dando sequência ao reforço da vacinação, entre 13 e 19 de setembro, serão alcançados mais 231,7 mil idosos na faixa etária de 85 a 89 anos.
Entre os dias 20/9 e 26/9, as doses estarão disponíveis para os que têm de 80 a 84 anos. Também estão inclusos neste período os adultos imunossuprimidos, como pacientes em tratamento de hemodiálise, quimioterapia, Aids, transplantados, entre outras pessoas em alto grau de imunossupressão. Neste caso, a dose adicional será aplicada pelo menos 28 dias após a data da conclusão do esquema vacinal, seja pela segunda dose (Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer) ou por dose única (Janssen). Juntos, estes grupos totalizam 280 mil pessoas.
A partir do dia 27/9, até 3/10, serão contempladas 242,8 mil pessoas na faixa de 70 a 79 anos. Concluindo esta fase ainda no mês de outubro, serão alcançados os idosos de 60 a 69 anos entre os dias 4 e 10, totalizando mais 103,9 mil imunizados.
“Queremos deixar a população mais vulnerável em segurança. Essa é uma estratégia que foi alinhada com o Comitê Científico e discutida no Plano Estadual de Imunização, para que a gente possa, frente à variante Delta, ter essa segurança que essa população receberá a dose adicional”, destaca a Coordenadora do PEI (Plano Estadual de Imunização), Regiane de Paula.
No total são 7,2 milhões de pessoas que tomaram suas vacinas em momentos diferentes da campanha, e receberão suas doses adicionais quando completarem os intervalos de tempo mínimos após a segunda dose ou conclusão do esquema vacinal – de pelo menos seis meses para quem tem 60 anos ou mais, e ao menos 28 dias para os adultos com imunossupressão.
A decisão de São Paulo de incluir o grupo de 60 a 69 anos foi embasada em recomendação do Comitê Científico após análise de trabalhos e as experiências ao redor do mundo dos indicadores da pandemia, especialmente entre idosos, que ainda figuram entre as principais vítimas fatais da Covid-19. Embora representem atualmente 15,2% do total de casos na pandemia, eles prevalecem entre aqueles que desenvolvem quadros graves e evoluem a óbito, com 66,76% do total. A maior proporção de óbitos afeta justamente na faixa etária de 60 a 69, com 24,3% do total geral.
Cobertura Vacinal
Mais de 17,5 milhões de pessoas com mais de 18 anos já completaram o ciclo vacinal, tendo recebido as duas doses ou a vacina de dose única no Estado de São Paulo. A marca de 50% de adultos vacinados representa avanço importante no enfrentamento da pandemia.
Dados extraídos do Vacinômetro do Governo de SP apontavam, às 12h50 desta quarta-feira (1/9), um total de 17.502.259 pessoas com o ciclo vacinal completo nos 645 municípios de SP. No total, 16.355.866 pessoas foram imunizadas com duas doses da vacina e mais 1.146.393 cidadãos receberam o imunizante de dose única. Juntos, eles representam 49,5% da população adulta em todo Estado. A previsão é de que, nas próximas horas, o Estado atinja 50% de imunização dos adultos.
Os dados do Vacinômetro indicam um total de 51.390.196 doses aplicadas no Estado todo, sendo 33,887 milhões de primeira dose, 16,355 mi de segunda dose e mais 1,146 mi de dose única. As estatísticas mostram que 99,09% de toda a população adulta já recebeu pelo menos uma dose do imunizante contra o coronavírus.
Considerando-se a população total, SP chega a 75% das pessoas com pelo menos uma dose aplicada e 37%,81% com ciclo vacinal completo. A plataforma indica ainda que apenas nas primeiras horas desta quarta-feira já foram aplicadas 185 mil vacinas, sendo 81 mil de primeira dose e 104 mil de segunda dose. Na terça-feira (31/8), o Estado realizou mais de 629 mil imunizações e, na segunda (30/8), foram 558 mil.
Toda a evolução da aplicação das vacinas em SP pode ser acompanhada no site do Vacinômetro. O painel tem dados detalhados sobre doses aplicadas por município, distribuição de doses, ranking de vacinação, ranking de aplicação das doses distribuídas, evolução da aplicação de doses e estatísticas gerais do PEI (Programa Estadual de Imunização).
Projeto S
Durante a entrevista coletiva, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou que cerca de 5 mil idosos com 60 anos ou mais, residentes na cidade de Serrana, vão receber reforço da Coronavac a partir do próximo dia 6/9. A aplicação em massa da terceira dose da Coronavac é necessária para garantir o acompanhamento do estudo de vacinação em massa conduzido pelo Butantan na cidade. O Butantan começa na segunda-feira esse programa na cidade de Serrana. Lembrando que são pessoas com mais de 60 anos”, afirmou o governador.
Chamado de Projeto S, o estudo clínico de efetividade da Coronavac em Serrana teve início em fevereiro, com a vacinação em massa de toda a população adulta da cidade até abril. Com 95% dos habitantes acima de 18 anos protegidos pelo imunizante do Butantan, a pesquisa inédita mostrou quedas significativas de 95% em mortes, 86% de internações e 80% em casos sintomáticos de Covid-19 na cidade da região de Ribeirão Preto.
“O Projeto S foi inovador em termos de análise de efetividade vacinal em grande escala. Um estudo clínico escalonado que deu resultados extremamente importantes”, afirmou o diretor do Insituto Butantan, Dimas Covas.
A redução dos indicadores da pandemia foi constatada com a comparação dos dados registrados antes e depois que cerca de 27 mil moradores com mais de 18 anos receberam duas doses da vacina do Butantan, com intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda aplicação.
Com a terceira fase da pesquisa, o Butantan vai providenciar a aplicação da dose de reforço da Coronavac em uma população estimada de 5 mil pessoas com 60 anos ou mais na cidade. “Serrana é um verdadeiro laboratório epidemiológico e isso vai permitir o acompanhamento de uma possível ameaça representada pela variante Delta”, concluiu Dimas.