Direitos do Cidadão
23 de Abril de 2021 às 18h35
MPF celebra a diversidade do país com sarau Geopoéticas de um Brasil Plural
Cinco artistas expressaram com a arte as identidades que fazem parte da formação do povo brasileiro
Imagem: Ascom MPF/RS
Para celebrar a diversidade de olhares sobre o Brasil, as comissões de Equidade de Gênero e Raça das unidades do Ministério Público Federal (MPF) na região Sul – Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Procuradoria Regional da República na 4ª Região – e o programa Bem Viver, do MPF/SC, abriram espaço para cinco artistas nessa quinta-feira, dia 22 de abril, uma data tão simbólica.
O sarau virtual “Geopoéticas de um Brasil Plural” reuniu o cacique Kuaray Papá e o coral Nhe’ē Ambá (SC), o mestre de capoeira Guto Obafemi (RS), a artesã e poetisa colombiana Reina Bejarano, que adotou Florianópolis como lar, o instrumentista Michel Kleinschimdt, do MPF/SC, e a artista brasileira radicada em Paris Nikki Goulart. O evento foi transmitido no canal do Programa Bem Viver, no YouTube.
“O sarau pretende celebrar a pluralidade do Brasil através da arte neste dia 22 de abril”, disse Analúcia Hartmann, procuradora da República em Santa Catarina. Coordenadora do Comitê de Gênero e Raça do MPF/RS, a procuradora da República Suzete Bragagnolo destacou a importância do evento que, por meio da arte, contribui para aproximar o MPF da sociedade.
Além de mostrar suas expressões artísticas, os participantes também conversaram a respeito de suas identidades. Em sua primeira participação, Mestre Guto afirmou que a “pluralidade do povo brasileiro deveria implicar em maior igualdade”. Guto também apresentou uma ladainha (cântico entoado na roda de capoeira) que questiona a história oficial da abolição da escravatura no Brasil e celebra a cultura negra, que já lutava para se libertar e fundava os quilombos muito antes da Lei Áurea.
Mestre Guto também elaborou uma reflexão a respeito de como nós, brasileiros, somos educados a naturalizar o processo colonial feito com mão de obra escrava e de extermínio dos povos indígenas, em vez de aprendê-lo criticamente. “De cada dez pessoas mortas pela polícia no Brasil, oito são negras. Mas nós não somos 80% da população”, ele disse.
O cacique Kuaray Papá registrou as dificuldades que os povos originários enfrentam no Brasil ao tentar se integrar com os ocidentais – “o índio sofre discriminação quando usa o cocar e também é discriminado quando não usa”. Kuaray encerrou o sarau com uma música cantada junto com o coral Nhe’ē Ambá, da Aldeia Tava’í, uma comunidade Guarani Mbya situada no interior do município de Canelinha, a 70 quilômetros de Florianópolis.
Para Nikki, mulher trans brasileira, a maior diferença que ela encontrou vivendo na França é ser respeitada enquanto uma pessoa ao caminhar na rua. Ela conta que não precisa esconder dos franceses que é uma brasileira, latina e trans, e recitou o poema “Cântico Negro”, do português José Régio – “Ah, que ninguém me dê piedosas intenções/Ninguém me peça definições!/Ninguém me diga: “vem por aqui”!/A minha vida é um vendaval que se soltou,/É uma onda que se alevantou,/É um átomo a mais que se animou”.
A colombiana Reina Bejarano, que há quatro anos vive em Florianópolis, cantou e tocou junto com a família o poema Musa de Braços Abertos, que faz parte da tradição andina de música e poesia. Reina destacou a importância do espaço de encontro e poesia, proporcionado pelo sarau. “Seria bem importante fazer essa interseccionalidade permanente e tecer essas redes de diálogo. Aguardo sempre para participar e oferecer minha poesia, artesanato e arepas”, afirmou. Arepas é uma comida tradicional da Venezuela e da Colômbia.
O multi-instrumentista Michel Kleinschimdt, servidor do MPF na Procuradoria da República em Blumenau/SC, representou as pessoas com deficiência no evento. No mesmo dia da realização do sarau, na quinta (23), ele foi escolhido presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de sua cidade. Michel falou sobre o olhar de pena que normalmente é lançado sobre as pessoas com deficiência. “ Queremos ser enxergados como pessoas iguais, capazes, plenas e com todas as condições de participar da vida social em igualdade de condições”, disse.
Confira o sarau completo no canal do Programa Bem Viver no YouTube.
FALAS
Cacique Kuaray Papá
“Somos cada povo que representa o Brasil.”
“Nossa luta é nosso grito.”
“Somos um povo esquecido.”
“Somos todos irmãos nessa terra.”
Facebook | YouTube
Para adquirir CDs: Fone (48) 99135-2069 | E-mail: kuaraymarcelo86@gmail.com
“A pluralidade do povo brasileiro deveria implicar em maior igualdade”. ”
“Ser negro no Brasil é ser atravessado por um racismo desde que nasce.”
“Queremos ser enxergados como pessoas iguais, capazes, plenas e com todas as condições de participar da vida social em igualdade de condições.”
“A primeira coisa que a gente aprende aqui – seja de pele clara ou pele escura – é que somos latinos num país europeu. A primeira coisa que eu vi de legal, trazendo toda minha bagagem brasileira – e eu tenho orgulhoso de ser brasileira, ser latina – foi respirar civilização. A coisa que me toca muito é de poder ir e vir sem ser incomodada, sem ser apontada na rua. Em momento nenhum, eu vivi isso. E mais, o lance do olhar do outro. Aqui, em qualquer lugar que você chega, seja um bar, um supermercado ou uma mercearia, uma padaria, , a pessoa olha para você e vai dizer “Bonjour”. Ela reconhece que tem uma pessoa na frente, não importa a cor.”
“Seria bem importante fazer essa interseccionalidade permanente e tecer essas redes de diálogo. Aguardo sempre para participar e oferecer minha poesia, artesanato e arepas.”
#ParaTodoslerem: print da tela do YouTube, no momento da transmissão do evento, com os convidados e mediadores do evento.
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