Nesta terça-feira (15/08), parlamentares da Câmara Municipal de Manaus (CMM) debateram a pavimentação da BR-319. O assunto repercutiu entre a maioria dos vereadores, que mostraram insatisfação com as tentativas frustradas de asfaltar a via que liga Manaus ao restante do país.
Para o vereador Peixoto (Agir), a não liberação do serviço que colocaria a estrada em pleno funcionamento é negativa para o estado. O parlamentar destacou a importância da Zona Franca de Manaus para a economia local e o que aconteceria com uma possível perda da vantagem competitiva do modelo econômico.
“Nós temos aqui, desde a década de 60, o mais exitoso modelo de desenvolvimento regional que o Brasil já experimentou, e que trouxe para cá centenas de empresas, milhares de empregos e uma riqueza, não só para nossa região Amazônica, mas para o Brasil. Mas nós estamos fadados a um isolamento do restante do Brasil com as ameaças das vantagens competitivas”, enfatizou o parlamentar.
“O empresário faz as contas de onde é vantajoso pra ele ficar, mas se não houver mais essa vantagem competitiva eles não ficarão aqui e se a gente não tiver essa interligação por estrada, através da BR-319, aí sim nós estaremos fadados ao isolamento”, completou Peixoto.
Inaugurada em 1976, a BR-319 possui 885,9 quilômetros de extensão, sendo 821 quilômetros no Amazonas e 64,9 quilômetros em Rondônia. Há mais de 30 anos, a rodovia possui trechos não pavimentados e é promessa de campanha nas eleições presidenciais, mas impasses e exigências ambientais impedem que a rodovia seja reconstruída.
“O Governo (Federal) que aí está já teve dois mandatos do atual presidente, um mandato e meio da ex-presidente Dilma, ou seja, foram 14 anos. Depois teve dois anos de Michel Temer e quatro anos com Bolsonaro e nada avançou. Até quando nosso povo será renegado? porque estamos sendo condenados a ser isolados do Brasil”, questionou o vereador.
Para o parlamentar a não liberação da obra é uma provável condenação a cidade de Manaus e a todo o Amazonas.
“Se a gente não tiver essa interligação por estrada, através da BR-319, aí sim nós estaremos fadados ao isolamento, ao desinvestimento e corremos o risco, num futuro que eu não sei se é próximo ou num futuro longo, a termos aqui uma cidade fantasma. Isso aqui não é ser ‘cavaleiro do apocalipse’, mas a maneira como estamos sendo tratados por Brasília denota importância que eles dão à região Amazônica. A gente não pode ficar à mercê de políticas, precisamos que a nossa voz chegue até Brasília”, destacou Peixoto.