O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou em Plenário, nesta quinta-feira (23), o encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) de um pedido de impeachment do ministro da Educação, Abraham Weintraub. No dia anterior, senadores de diversos partidos defenderam a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) — que também teria sido vítima da disseminação de informações falsas pelo ministro — e protestaram contra o titular da pasta de Educação. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) também anunciou que pediria o impeachment de Abraham Weintraub.
Randolfe afirmou que o ministro cometeu o crime de quebra de decoro ao expor publicamente o número do telefone pessoal da deputada. Ele argumenta que o delito é previsto pela Lei 1.050, de 1952. Randolfe explicou que está acionando os dois órgãos, porque há o entendimento de que pedidos dessa natureza devem ser feitos diretamente ao Supremo e somente a Procuradoria-Geral da República pode representar ao STF.
— A exposição de um telefone pessoal de uma parlamentar não é conduta e procedimento de alguém que está numa das pastas mais importantes deste país — criticou senador.
Randolfe também criticou a postura do ministro em relação aos estudantes, destacando o papel da União dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e da União Nacional dos Estudantes.
— Ora, na história do Brasil está Anísio Teixeira. Na história do Brasil está Darcy Ribeiro. Na história do Brasil está Paulo Freire. Reconhecidos pelo mundo. Cátedras mundiais os reconhecem como professores honoris causa, principalmente Darcy e Paulo Freire. Na história do Brasil está a União Nacional dos Estudantes, o seu legado, a luta contra a ditadura, que a UNE e a Ubes tiveram. Na história do Brasil estão dirigentes da UNE e da Ubes que entregaram o seu sangue para que a gente estivesse aqui no Parlamento hoje defendendo a liberdade, defendendo a justiça, defendendo a educação — afirmou o senador.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)