Nesta segunda-feira (15), pesquisadores, professores, alunos e autoridades municipais e estadual estiveram no auditório da Universidade de Campinas (Unicamp) para discutir como o massacre ocorrido na Escola Estadual Raul Brasil pode gerar reflexões e ações sobre o combate à violência entre os jovens nas escolas.
A pesquisadora e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral – GEPEM (Unicamp e Unesp), Telma Vinha, apresentou um perfil dos autores do massacre e, baseda em pesquisas, lançou alguns fatores que podem contribuir para ações violentas nas escolas, como bullying, isolamento social e distúrbios psiquiátricos.
Na ocasião, a pesquisadora também sugeriu perspectivas de trabalho nas escolas que visem a mudança de cultura efetiva e consolidada, a exemplo de formações continuadas para os professores, ações contínuas que valorizem a convivência democrática nas escolas, inserção no currículo das escolas temas sobre mediação de conflitos, incentivo a projetos culturais e esportivos nas unidades de ensino, fortalecimento dos conselhos escolares, entre outras medidas. “As escolas precisam trabalhar a prevenção e fomentar os valores e competências sociomorais e emocionais”, resumiu.
Os pesquisadores do GEPEM auxiliaram alunos, professores e funcionários sobreviventes ao ataque na Raul Brasil no retorno às atividades da escola, por meio de dinâmicas, preparação de material pedagógico e rodas de conversa.
O secretário executivo da Secretaria Estadual de Educação, Haroldo Rocha, acompanhou o debate e, em aparte, afirmou que o caso têm gerado um aprendizado para a rede estadual e sugeriu que as instituições públicas de ensino superior também possam contribuir, principalmente na formação dos profissionais. “A Universidade tem um papel muito importante na formação de professores, principalmente neste momento, considerando essas novas dimensões em que os jovens estão inseridos”.
A mesa de debate também contou com as contribuições das mestre em psicologia e sociológica da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Helena Abramo, e da pesquisadora Áurea Maria Guimarães.