Durante sessão deliberativa remota nesta terça-feira (18), os senadores se solidalizaram com os familiares do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e do ex-senador Casildo Maldaner (MDB), ambos vítimas de câncer. Bruno Covas tinha 41 anos e faleceu neste domingo (16), e era neto de Mário Covas, que também foi prefeito da capital paulista e governador do estado. Casildo Maldaner morreu nesta segunda-feira (17), tinha 79 anos e estava internado desde o domingo (16) no Hospital de Caridade, em Florianópolis (SC).
— Expresso neste momento, uma vez mais, o meu profundo pesar pelo passamento físico [de Bruno Covas], ao tempo em que transmito condolências em nome do Senado Federal, à sua família, à cidade e ao estado de São Paulo. Enfatizando que o exemplo de homem público dedicado plenamente à vida pública permanecerá gravado na memória daqueles que o conheceram, reconhecendo a sua importância para a história do Brasil — ressaltou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
O presidente também lamentou a morte do ex-senador Casildo Maldaner: “expresso o mais profundo pesar pelo seu falecimento, ao tempo em que transmito condolências, em nome do Senado Federal, à sua família e ao povo do seu estado de Santa Catarina, que o acolheu e onde o senador coroou sua carreira pública e política”.
Vários senadores se manifestaram sobre as mortes dos dois políticos. Dário Berger (MDB-SC), destacou a importância da trajetória de Casildo Maldaner.
— Um homem público que construiu sua trajetória de maneira admirável. Começou sua vida pública em 1962, na cidade de Modelo, no interior de Santa Catarina. Fez campanha a cavalo. E acabou sendo eleito o vereador mais votado, naquela oportunidade, do município. Defendeu os interesses dos catarinenses também na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Depois, em 1986, foi vice-governador, e em 1990 assumiu o comando do Poder Executivo de Santa Catarina — relembrou.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) expressou condolências pela morte da Casildo Maldaner e apresentou voto de pesar pelo falecimento “extremamente precoce” do prefeito de São Paulo.
— Bruno Covas, um jovem, neto de um dos fundadores do meu partido, o PSDB, e que, por coincidência do destino, teve que passar por um calvário semelhante ao do seu avô em meio ao exercício de uma função executiva — e exercer essas funções com extrema transparência, coragem e dignidade até o último suspiro. Também de ter conseguido trazer para as novas gerações o espírito daqueles que fundaram o PSDB como seu avô, Mário Covas, o da ética, o dos princípios da solidariedade humana, o dos princípios de ter valores, respeitar os valores e, acima de tudo, ser portador de um caráter — afirmou Tasso.
Fabiano Contarato (Rede-ES) foi outro parlamentar a homenagear Casildo Maldaner e Bruno Covas.
— Também me solidarizo com o passamento de um jovem e brilhante político, que não se deixava contaminar pelo ódio. Ao contrário, lutava em defesa de um verdadeiro Estado democrático de direito. Foi Bruno Covas. Teve uma luta incansável contra o câncer e também deixa um legado. São duas histórias que, hoje, servem de exemplo para todos nós. Eu, como um novato na política, quero — e muito — prestigiar esses políticos que só têm a dar qualidade, tanto no âmbito do Executivo quanto no âmbito do Legislativo. Esses políticos foram Casildo Maldaner e Bruno Covas — disse.
Ao lamentar as mortes dos políticos, o senador Telmário Mota (Pros-RR), afirmou que, “talvez, o pouco tempo de Bruno Covas e o período de Casildo, em que ambos tiveram as suas vidas ceifadas pelo câncer, fique para o povo brasileiro, principalmente para a classe política, tão carente de líderes e de pessoas que, realmente, trilham pelo caminho da honestidade, o exemplo desses dois óbitos.”
O líder do PSDB, senador Izalci Lucas (DF), se solidarizou com as famílias de Bruno Covas e Casildo Maldaner. O senador destacou a atuação política do prefeito de São Paulo.
— O jovem Bruno, que começou a sua brilhante trajetória como primeiro-secretário da juventude do partido e depois presidente da Juventude Tucana, capaz e também muito trabalhador, tal como o seu avô. O jovem Bruno seguiu brilhante em todos os cargos que galgou. Na Câmara dos Deputados, ele também se destacou pela sua competência e pela vontade de fazer o bem. Com o Bruno à frente da Prefeitura de São Paulo, em alguns de nossos encontros, eu tive a oportunidade de ver uma gestão moderna, impecável, dedicada e amorosa pela cidade e principalmente pelo seu povo — afirmou.
Para o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), Casildo Maldaner “foi nosso companheiro, leal, amigo e grande companheiro”.
— Convivi com o Casildo quando governou, por um período, o estado de Santa Catarina e, também, no Senado da República. Na sua simplicidade demonstrava a sabedoria fundamental para o exercício da atividade pública.
Alvaro Dias também destacou que “Bruno Covas foi bravo. Deixa um legado de bravura, de resistência, de persistência, de idealismo. Mesmo nos momentos difíceis e doloridos do sofrimento, da dor provocada pela inclemência de uma doença implacável, não desistiu dos seus sonhos e do enfrentamento de quem governava a maior cidade do país. Bruno Covas é, portanto, um exemplo a ser seguido”, reforçou.
O senador Irajá (PSD-TO) propôs que a o projeto da Lei do Primeiro Emprego (PL 5.228/2019), de sua autoria seja nomeada como “Lei Prefeito Bruno Covas”.
— Em registro ao trabalho que ele prestou ao Parlamento brasileiro, como deputado federal e como prefeito da maior capital do país — destacou.
Já o senador Paulo Paim (PR-RS) ressaltou que os dois políticos, durante suas vidas, “sempre estiveram dispostos a ouvir e a dialogar, profundos conhecedores das questão dos seus estados e do Brasil.”
— Com a morte deles, perdem familiares e amigos, mas perde também a democracia — completou Paim.
Luto
Outros parlamentares ainda se pronunciaram em suas redes sociais. O senador Esperidião Amin (PP-SC) manifestou tristeza com o falecimento do ex-senador.
“É com pesar que recebemos a notícia do falecimento do ex-governador e ex-senador, Casildo Maldaner. Mesmo adversários políticos, conseguimos construir uma relação cordial e com muito respeito, graças também ao seu espírito aberto e cavalheiresco. Por isto, deixo aqui consignado o meu sentimento de solidariedade à sua esposa, D. Ivone, sua família, e aos seus correligionários, que sempre o prestigiaram e foram também por ele apoiados. Santa Catarina perde um homem público que deixou para todos nós uma bela lição de respeito e cidadania”, registrou.
O senador Jorginho Mello (PL-SC) manifestou solidariedade à família de Casildo Maldaner.
“Descanse em paz, Casildo. Que Deus o conforte, Celso [irmão do senador]. Meus sinceros sentimentos à D. Ivone, filhos e netos. Orando por todos”.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)