O Parque Científico e Tecnológico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sediou, em 30 de maio, a palestra sobre o Programa ASTRo, uma parceria da farmacêutica Roche com a Biominas Brasil, empresa referência em consultoria e relacionamento na área científica. Estiveram presentes professores e alunos de pós-graduação da área da saúde, assim como demais interessados no assunto.
Na ocasião, representantes da Biominas apresentaram o programa que busca aproximar a indústria a pesquisadores da área do segmento, por meio do ensino do empreendedorismo. Na avaliação do diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, Newton Frateschi, que discursou na abertura do evento, o ensino do empreendedorismo integrado à formação acadêmica é de grande importância.
“Quando o aluno tem a formação empreendedora, ele está mais apto ao mercado, uma vez que não será somente um técnico, e sim um profissional completo e com uma visão estratégica sobre o mercado”, afirma. De acordo com o gestor, as pesquisas não são e nem podem ser vistas como o fim de um processo, mas sim o meio para o desenvolvimento de uma carreira.
Mercado
Com a preocupação de se aproximar aos institutos de pesquisa da área da saúde e mesclar as experiências, Sabrina Oliveira, consultora científica em inovação da Biominas, explicou que a Roche mantém um engajamento de integração da pesquisa ao mercado, sendo que aproximadamente 20% do faturamento da farmacêutica é investido no setor de Pesquisa e Desenvolvimento.
Com esse cenário, o Programa ASTRo surgiu para que os grupos de pesquisa da área de saúde refinem seus planos de desenvolvimento e comercialização das tecnologias criadas. Com o edital aberto, essa é a segunda edição do programa de aceleração de grupos de pesquisa que pretende despertar a iniciativa empreendedora dos pesquisadores para criar oportunidades de aplicação das pesquisas dos cientistas que, geralmente, ficam reservadas às bancadas nos laboratórios.
A consultora científica reforçou que levar a iniciativa pessoalmente aos institutos de pesquisa, como na palestra organizada junto à Inova Unicamp, é essencial para criar a cultura de integração da bancada de pesquisa com o mercado.
“Percebemos que a presença de um Núcleo de Inovação Tecnológica que tem influência dentro da instituição é um diferencial da Unicamp, em relação a outros institutos que visitamos. A Inova conseguiu trazer o maior público de pesquisadores da saúde durante nosso road show apresentando o Programa ASTRo”, salienta Sabrina Oliveira.
Programa
O Programa ASTRo tem duração de dez semanas e tem encontros presenciais semanalmente em São Paulo. O público-alvo é de grupos de pesquisas vinculados a Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) que focados na saúde e com potencial de conversão em produto ou serviço para a sociedade.
Podem ser inscritos tanto os projetos com ideias quanto os com produtos já prontos para entrar no mercado. A inscrição de grupos deve ser feita em parceria com seus ICTs. Portanto, os interessados devem entrar em contato com essas instituições e saber mais informações sobre esse processo pela internet.
Ao todo, serão selecionados doze projetos de pesquisa com critérios baseados em soluções factíveis, expertise da equipe, potencial de inovação e formação de times multidisciplinares, por exemplo.
Aceleração
O processo de aceleração, que é gratuito, tem capacitações em modelo de negócios, coaching, mentorias, e outras ferramentas para a transformação do projeto de pesquisa em uma tecnologia comercializável. No total, somam-se 148 horas de produção com um grupo finalista.
O vencedor será escolhido após uma apresentação de pitch no evento aberto de Demo Day, que será realizado na sede da Roche em São Paulo. No ano passado, por exemplo, a empresa farmacêutica Libbs fechou um investimento milionário com um projeto da Universidade São Paulo (USP) apresentado durante o Demo Day da edição.