Após fiscalizar seis ônibus e acompanhar pessoalmente o percurso de uma viagem feita pela cidade, por meio de três rotas diferentes, o vereador William Alemão (Cidadania) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta segunda-feira (26/4), para cobrar providências do poder executivo em relação aos problemas da falta de estrutura e segurança no transporte coletivo da cidade. Além de mostrar a situação de sucateamento em veículos de empresas como a Açaí, ele também socializou, por meio de fotos e vídeo, os desgastes apresentados na estrutura de algumas paradas e terminais, inclusive, de alguns que foram construídos recentemente pela prefeitura.Alemão compartilhou, ainda, o drama de moradores do rip-rap Brasil, no bairro Redenção, zona Centro-Oeste, que tem aumentado durante o período de chuva intensa.
Os dois assuntos fizeram parte da prestação de contas que William Alemão faz todo início de semana, como resultados das visitas feitas por ele e equipe, fora do expediente na CMM, às comunidades manauaras.
“Ali, no Redenção, a quantidade de igarapés e esgoto é grande. Para variar, a Águas de Manaus ainda deixou mais um buraco aberto, que já aumentou e até fez um carro tombar no local. Nessa última grande chuva, a água levou pontes e, praticamente, todas essas casas que aparecem ao lado (no rip-rap) foram atingidas. É muito lixo nas ruas e os próprios moradores reconhecem que, parte é deles, porque a coleta não é feita corretamente”, criticou o parlamentar.
Depois de ouvir as famílias e registrar, inclusive, a situação de uma casa totalmente deteriorada, por conta da ação da água, o vereador também conversou com os comerciantes e constatou as dificuldades vividas pela maioria, após a queda nas vendas registrada nos últimos meses, por conta da pandemia de covid-19.
“Nessa parte do comércio, ocorrem muitos acidentes nas ruas. Esses até que enfrentam a pandemia, mas precisam pagar os impostos e as contas de água e energia, que não param de chegar. Aí eles fecham, quebram”, lamentou.
Blitz
Como o próprio William Alemão fez questão de destacar na sessão plenária desta segunda-feira, a “blitz no transporte público’ foi realizada no fim da tarde e entrou pela noite da última sexta-feira (23/4). Em um dos trajetos, que começou na área do Tarumã, na zona Oeste e terminou no Santa Etelvina, zona Norte, o vereador passou a maior parte da viagem em pé, presenciou aglomerações e ouviu muitas queixas dos passageiros.
“Fiscalizei seis ônibus e peguei três rotas. A situação é precária. Em alguns, não há condições sequer de ficar dentro, por causa do mau-cheiro provocado pelo óleo diesel. Também fomos até o bairro União da Vitória, saindo dali da Constantino Nery, e constatamos a falta de condições no uso do ônibus; um risco total à segurança. O painel de instrumentos do veículo não funciona e não se sabe nem em que velocidade o carro está andando”, disse.
Sobre as paradas e terminais de ônibus, o vereador também fez algumas ressalvas.
“Fizeram aquela parada de ônibus gigantesca, naquele terminal de integração, entre o São Jorge e o viaduto novo, onde há três elevadores, mas nenhum funciona. Eu andei com um assessor meu, que é uma pessoa com deficiência, e dos seis ônibus que fiscalizamos, somente em dois, os referidos elevadores funcionavam. Nos outros quatro, só fiação. Essa é uma situação vivida todo dia pela nossa população”, destacou.
William Alemão puxou a discussão e quis saber, junto aos colegas vereadores, o motivo de tanta demora sobre um possível encerramento na vigência do contrato da prefeitura com a empresa Açaí.
“Não sei por que ainda não foi cassado esse contrato. Os ônibus estão caindo aos pedaços. Sem falar na falta de segurança. Quando passamos ali, da entrada da Cidade Nova, os usuários olharam para mim e disseram: Alemão, se prepara que tu vais ser assaltado hoje. Todos já haviam sido assaltados ao menos uma vez naquela rota, quando chega ali próximo ao Hospital Delphina Aziz. Isso é uma realidade, assim como é a de uma parada que foi entregue no fim do ano passado e já está toda quebrada, com placas de sinalização para pessoa com deficiência soltando. Isso é importante e precisa ser mostrado pela imprensa”, sugeriu.
O parlamentar encerrou a fala, cobrando respostas do poder público municipal diante de todo o dilema apresentado. “Precisa ter uma resposta. Não são só 42 ônibus que vão resolver, mas sim uma administração mais presente. O presidente do Immu (Instituto Municipal de Mobilidade Urbana) precisa estar nas ruas, trabalhando. Não adianta só colocar a diretoria à frente. Aliás, estão tirando carro da diretoria para não fazer fiscalização na rua, o que é inadmissível. Enquanto isso, nosso usuário fica sofrendo, com ônibus caindo aos pedaços, quando não quebrado, que quase sempre, não chegam ao destino final”, concluiu.
Texto: Assessoria de Comunicação do vereador
Fotos: Kiko Sanches – Assessoria de Comunicação do vereador