A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio do programa “Ensina-me a sonhar”, celebrou, este mês, um termo de cooperação técnica com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para potencializar as ações do projeto “Ensina-me a empreender”, que é uma extensão do programa. A ideia é ofertar cursos e palestras de empreendedorismo aos jovens que vivem em centros socioeducativos.
Participaram da solenidade a subcorregedora-geral da DPE-AM, Karlla Queiroz, as defensoras públicas Dâmea Mourão e Monique Cruz, coordenadoras do programa, a diretora superintendente do Sebrae, Ananda Carvalho, e a diretora técnica Lamisse Said. Também estiveram presentes a secretária executiva de Direitos da Criança e do Adolescente da Sejusc, Rosalina Lobo, e o diretor do Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa, Antônio Lima.
“O Ensina-me a sonhar é um projeto que eu tenho muito orgulho. Os jovens conhecem outras realidades que podem vivenciar e, com a continuidade, que é o ‘Ensina-me a empreender’, são capacitados para construir a transformação em suas vidas”, afirmou subcorregedora-geral da DPE-AM, Karlla Queiroz.
Empreendedorismo e qualificação profissional
Dentro da estratégia, o “Ensina-me a empreender” propõe o desenvolvimento de habilidades psicossociais, a partir de cursos e palestras na área de educação empreendedora, para a profissionalização dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. A defensora pública Monique Cruz explicou que, entre as atividades, está a criação de vagas de trabalho e cursos de capacitação profissional, tanto na modalidade presencial quanto à distância, aos egressos de centros, de modo a promover a inserção no mercado de trabalho.
“Queremos levar novas oportunidades aos jovens, porque eles não precisam ficar fadados àquele erro. Ano passado levamos profissionais como comissária de bordo, bombeiro, engenheiro e professores para dar palestras, então a ideia agora é capacitá-los nesse momento em que estão nos centros socioeducativos, e o Sebrae tem essa expertise”, explicou.
O acordo tem vigência de 60 meses, tendo a possibilidade de impactar cerca de 400 jovens, e será aplicado levando em consideração o preenchimento dos pré-requisitos estabelecidos pelo Sebrae. A instituição estabeleceu uma trilha de conhecimento para que os adolescentes possam desenvolver desde o próprio autoconhecimento até os conceitos de empreendedorismo.
“O Sebrae tem quatro iniciativas com o Judiciário, duas delas são com a Defensoria. Parabenizo a humanização do projeto em levar oportunidades para os jovens, com cuidado a educação e capacitação, que são de suma importância para perceberem a possibilidade de melhoria de vida”, afirmou a diretora técnica da Sebrae, Lamisse Said.
Resgate social
A defensora pública Dâmea Mourão destacou a importância da etapa socioeducativa como um momento fundamental para resgatar os jovens e diminuir a reincidência, considerando as estatísticas positivas que sinalizam a possibilidade de ressocialização e transformação social nessa fase em que estão em desenvolvimento.
“Estamos testemunhando o avanço do ‘Ensina-me a sonhar’ e com esse desdobramento podemos observar que o programa não se limita a um projeto de cunho motivacional. Nós estamos em busca de uma concretização maior do que é sonhar para esses jovens, a partir do empreendedorismo”, declarou.
A DPE-AM possui bolsas de estágio que contribuem para esse cenário transformador. O diretor do Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa, Antônio Lima, descreveu a emoção em chegar à Defensoria e ser recebido por um funcionário que já foi socioeducando.
“Temos um desafio muito grande de conseguir empoderar. Esses jovens estão privados somente de um direito, que é a liberdade, mas precisamos assegurar o restante, um deles é a qualificação profissional. O projeto vem de uma forma muito assertiva, já que serão qualificados no pós-medida, para retornarem à sociedade de uma forma melhor”, disse.