A comissão geral com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, está sendo marcada por trocas de acusações entre deputados e o representante do Executivo.
Em resposta a críticas de alguns parlamentares, o ministro lamentou falas dirigidas a ele sobre questões pessoais. “Sobre a ‘bala na cabeça’, quem prega não é esse lado aqui”, disse, referindo-se a comentário atribuído a ele pela líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), em matéria jornalística na qual o ministro teria dito que “comunista merece uma bala na cabeça”.
Feghali classificou a exposição de ideias do ministro como “cínica”. “O argumento para esse desastre não foi dificuldade financeira, mas ideológico, de perseguição a instiuições.”
Por sua vez, Weintraub insistiu que o contingenciamento existe porque se deve respeitar a lei em razão da fraca arrecadação tributária do governo federal. “Mas, quando se contingencia, não se fica parado. Parte do dinheiro roubado da Petrobras já foi interiorizado e poderá servir de alívio para reitores que estão vindo conversar conosco no Ministério”, afirmou. O ministro reforçou sua crítica sobre pesquisas que, segundo ele, “não geram resultados”.
Após relatar episódio de demissão de uma colega sua no banco Santander, que, conforme o ministro, teria ocorrido a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diretamente ao presidente do banco, deputados da oposição começaram a gritar “demissão”.
O presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira, pediu ao ministro que responda dentro dos temas. “Vamos fazer questionamentos dentro do tema. Eu também me senti ofendido pelo ministro”, declarou, fazendo referência a quando o ministro disse que os deputados não sabiam o que era ter uma carteira de trabalho assinada.
Apelo
Um pouco antes do bate-boca, a deputada Margarete Coelho (PP-PI) fez um apelo ao ministro e ao governo para cumprimento da meta do Plano Nacional de Educação de aumento de recursos para as instituições de pesquisa e ensino.
“O custeio é que garante o funcionamento dessas universidades. Sabemos que 95% das pesquisas estão nas instituições de educação federais”, ressatou. “Fazer um corte desse nível é matar a pesquisa e a soberania brasileira”, acrescentou, destacando as conquistas da Universidade Federal do Piauí, como registros de patentes e produção acadêmica.
A deputada Jaqueline Cassol (PP-RO) também frisou que “milhares de estudantes não foram às aulas em protesto por esses cortes, e vários instituições disseram que não conseguirão cumprir os contratos.”
Ela destacou ainda que, na reforma da Previdência, os professores serão mais uma vez prejudicados, salientando que apresentou emenda para retirá-los das novas normas, que reduzem o direito de se aposentar com menor idade que outros profissionais.
O debate prossegue no Plenário da Câmara.
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