Durante a comissão geral para ouvir o ministro da Educação, Abraham Weintraub, deputados criticaram declaração feita pelo presidente Jair Bolsonaro. Ao chegar aos Estados Unidos, Bolsonaro foi questionado pela imprensa sobre as manifestações que ocorreram em todo Brasil e classificou os estudantes de “idiotas úteis”, “militantes” e “massa de manobra”.
Pelo Solidariedade, o líder Augusto Coutinho (PE) lamentou o momento vivido no início do governo. “Me surpreendi com a quantidade de gente que estava nas ruas por causa do governo que leva para o lado ideológico tudo o que ocorre”, criticando a definição de balbúrdia usada pelo ministro para as manifestações nas universidades.
Para Coutinho, “o pior é que o presidente vai dizer que são alguns idiotas que estão nas ruas, mas não são idiotas”. Ele se disse irrequieto também, relatando que foi procurado por diversos diretores de instituições federais sobre o impacto do contingenciamento ao longo do ano.
O deputado Idilvan Alencar (PDT-CE) deu duas sugestões para o ministro da Educação: “o senhor tem que falar para o presidente da república que as pessoas que estão protestando não são idiotas e que ele tem de tirar o professor da reforma da Previdência porque o professor nunca foi privilegiado”.
Crítica a governos anteriores
O líder do DEM, deputado Elmar Nascimento (BA), defendeu que a responsabilidade pela situação da Educação não é do governo atual e criticou os governos petistas citando dados da radiografia do ensino médio no Brasil.
“Temos 1,7 milhão de jovens que não trabalha nem estuda e é inaceitável que o Brasil conviva com essa realidade”, afirmou, recordando ações da pasta no governo passado, quando seu partido conduzia o ministério (durante a gestão do ex-deputado Mendonça Filho – PE).
Nascimento também sugeriu que a pauta ideológica seja enfrentada com diálogo. “Em nome do nosso partido, todas as vezes que o senhor quiser colocar a Educação como prioridade terá nosso apoio, mas toda vez que quiser colocar pauta ideológica estaremos num campo adverso”, afirmou.
Pesquisa
Em resposta a falas anteriores, o ministro Abraham Weintraub reforçou novos critérios que o MEC pretende usar para dar sinal verde a pesquisas que considera frutíferas. “Se for para a cura da dengue, tudo bem, se for para outras coisas, fica para depois”, afirmou.
Mais uma vez, ele vinculou a aprovação da reforma da Previdência à liberação de recursos.
O debate prossegue no Plenário da Câmara.
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