Há 92 anos, o decreto nº 21.076, do então presidente Getúlio Vargas,
instituiu o Código Eleitoral em 24 de fevereiro de 1932 e permitiu,
ainda que de forma facultativa, que mulheres escolhessem seus
representantes. Com o decreto, as mulheres deram um passo
importante rumo ao direito, exclusivo até então dos homens, ao voto.
O voto feminino no Brasil foi incorporado à Constituição de 1934,
sendo facultativo até 1965, quando tornou-se obrigatório, sendo
equiparado ao dos homens, com as mulheres podendo votar e serem
votadas.
O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam),
deputado Roberto Cidade (União Brasil), destacou a importância do
feito para a democracia brasileira.
“Há menos de um século as mulheres conquistaram o direito ao voto.
Hoje são elas a maior parcela do eleitorado brasileiro, contribuindo
sobremaneira com a democracia no Brasil. Que a conquista desse
direito seja sempre relembrado e comemorado por nós, porque foi e é
através dele que conseguimos fortalecer nosso país, as instituições e
garantir um futuro mais próspero para o nosso povo. Parabéns,
mulheres. Esse é o direito seu e um dever nosso”, disse.
A data também é celebrada pelas deputadas estaduais amazonenses.
Pela primeira vez na história, o parlamento estadual conta com cinco
mulheres eleitas diretamente pelo povo.
Parlamentar mais experiente na Assembleia, com três mandatos
consecutivos, a deputada Alessandra Campêlo (Podemos) destaca os
avanços que a data representa ao direito das mulheres.
“É uma data para ser lembrada sempre, para entendermos o quanto
estamos atrasados como país em relação aos direitos das mulheres. A
conquista do voto feminino no Brasil, que completa 92 anos neste
sábado (24/2), nos deu voz e direito de apontar quem queremos como
representantes, como porta-vozes das pautas que dizem respeito ao
nosso dia a dia, como saúde, creches para nossos filhos, valorização
no mercado de trabalho, combate à violência doméstica e sexual,
dignidade menstrual. São temas que hoje são relevantes porque
conquistamos o direito ao voto, senão estaríamos silenciadas. É
momento de comemorar conquistas, mas também refletir sabendo que
a luta das mulheres é permanente”, reforçou.
A deputada Mayara Pinheiro (Republicanos) destacou a força que o
eleitorado feminino tem nas mãos, por ser a maioria da população
votante no Brasil.
“Somos a maioria do eleitorado brasileiro e precisamos entender o
poder que temos nas mãos. Uma participação maior das mulheres na
política fortalece a luta pelos nossos direitos perante a sociedade. Tão
importante quanto o direito de votar é a consciência de que
precisamos nos unir para conquistar cada vez mais o nosso espaço”,
afirmou.
No mesmo sentido,a deputada Débora Menezes (PL) destacou os
avanços de representatividade que as mulheres alcançaram nos
últimos anos. A parlamentar ressaltou os dados do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) divulgados em 2022, quando houve a última eleição
geral no Brasil, que mostrou que as mulheres são a maioria do
eleitorado brasileiro, ou seja, 52,6%.
“Não tenho dúvida de que a mulher vai continuar exercendo seu papel
protagonista nas próximas eleições, seja como eleitora ou como
candidata, e poder comemorar a conquista do voto é algo gratificante
para a nossa sociedade. Como parlamentar e como mulher, estarei
sempre incentivando o público feminino, seja para ingressarem na
carreira política ou para exercer o poder do voto, pois apesar da
mulher ter conquistado espaço em diversos segmentos da sociedade,
entendo que temos um longo caminho a ser percorrido e o meu
mandato estará sempre à disposição e na defesa de pautas que
tragam conquistas igualitárias às nossas mulheres em todas as esferas
do poder”, afirmou.
Já a deputada Joana Darc (UB) enalteceu a figura das representantes
femininas no parlamento como fundamentais para a conquista de
direitos das mulheres.
“São 92 anos de voto feminino e sem nós, mulheres, os avanços
seriam mínimos para o público feminino. Nós, do parlamento,
representamos muitas que não têm voz, que precisam mostrar que se
faz necessário estar aqui. Nesta Legislatura, temos cinco mulheres
deputadas na Aleam, com pautas fortes em defesa das mulheres
amazonenses. Nossa luta pelos direitos das mulheres é constante
dentro e fora do parlamento. Estou sempre atenta às demandas da
população e apresentando matérias para que possamos mudar para
melhor a vida das mulheres, propondo políticas públicas para a
segurança, saúde e dando oportunidades para elas, principalmente
mulheres e mães atípicas”, declarou.
A deputada também destacou projetos de sua autoria que protegem a
integridade moral de mulheres no ambiente virtual.
“Na era digital, temos visto ameaças e insultos às mulheres, de forma
grotesca, e protocolei projetos de lei sobre isso, como o PL nº25/2024
que estabelece diretrizes para capacitação de profissionais de
segurança pública em matérias relativas à violência contra mulher no
ambiente virtual e o PL nº 1324/2023 que trata sobre a proteção da
integridade e da dignidade de mulheres ao punir o uso indevido de
inteligência artificial para criar imagens pornográficas sem o
consentimento prévio e expresso da parte envolvida”, citou.