A Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do
Amazonas (Aleam), presidida pela deputada estadual Alessandra
Campelo (Podemos), esteve no município de Extrema, em Minas
Gerais, juntamente com representantes do Governo do Amazonas,
para auxiliar as equipes da Polícia Civil daquela cidade e de São Paulo,
numa força-tarefa, na investigação do feminicídio da amazonense
Clísia Lima da Silva, 35 anos, encontrada na represa do rio Jaguari, no
município de Piracaia, em São Paulo.
Segundo a coordenadora da Procuradoria da Mulher, Akerna Chagas,
que participou da ação, o objetivo do intercâmbio interestadual foi a
produção de provas para instrução processual do caso do feminicídio
da Clísia. Ela explicou, ainda, que estava acompanhando os familiares
da vítima, que estão sendo assistidos pela Procuradoria, na parte
jurídica e acompanhamento psicológico.
“Vamos acompanhar o júri, além disso, os familiares estão sendo
assistidos pelas assistentes sociais e psicólogas da Procuradoria da
Mulher. Entendemos que nesse momento de dor da família, muitas
vezes todos ficam muito fragilizados e enfrentar a maratona dos
procedimentos policiais até a judicialização é algo muito difícil para
alguém que não está acostumado. Por isso, a equipe multidisciplinar
da Procuradoria da Mulher tem grande relevância no apoio à família”,
esclareceu.
A deputada Alessandra Campelo destacou que a Procuradoria da
Mulher acompanha os diversos casos de violência contra as mulheres
no Estado e este não será diferente. “Além do acompanhamento
psicossocial e jurídico, a Procuradoria Especial da Mulher vai
acompanhar todas as etapas do processo e cobrar pena máxima para
o autor desse crime bárbaro contra a Clísia”, afirmou.
O presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade (UB), parabenizou a
deputada Alessandra Campelo e toda a equipe da Procuradoria da
Mulher pelo trabalho que está sendo realizado nesse suporte à família
da vítima. “Infelizmente, neste caso, a mulher vítima de violência não
teve chance de mudar o curso da sua vida, no entanto, a família dela
terá o atendimento digno e comprometido da Procuradoria da Mulher,
no acompanhamento da ação que busca punir esse agressor”, afirmou
o deputado presidente.
O caso
Clísia Lima morava em Bragança Paulista com o companheiro, Edson
Fernando Cardoso, de 36 anos. Ele é apontado como principal
suspeito por sua morte.
De acordo com informações da Polícia Civil de Extrema, Edson foi
preso na residência em que morava com a vítima, no dia 31 de
outubro, após expedição de mandado de prisão temporária. Ele está à
disposição da Justiça.
A Superintendência da Polícia Técnico Científica de São Paulo realizou
perícia nas dependências do imóvel, constatando a presença de
sangue humano, que havia sido lavado na tentativa de atrapalhar as
investigações.
O “mapa” do trajeto utilizado pelo autor, em seu veículo, para
transportar Clísia da residência até a represa, também foi verificado,
por meio das câmeras da central de monitoramento de Extrema.
O laudo do corpo de delito constatou que Clísia sofreu múltiplos
ferimentos, em diversas partes do corpo, e que foi arremessada na
represa com as mãos e pés amarrados, caindo na água em decúbito
ventral (de bruços ou de barriga para baixo), ainda com vida.